Diante da situação de tensão no país diante das interferências do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem orado para que Deus não permita mais problemas daqui para frente.
O clima de tensão no país diante das interferências do STF no campo das atribuições do Poder Executivo levou o povo a Brasília para se manifestar contra os ministros da Corte Suprema e parte do Congresso Nacional.
Pessoas de todo o país formaram caravanas e foram ao Palácio do Planalto manifestar apoio ao presidente da República. A decisão do ministro Celso de Mello em antecipar o depoimento do ex-juiz Sérgio Moro, reduzindo o prazo de 60 para 5 dias, catapulta o movimento.
Durante a manifestação, Bolsonaro disse que a situação “chegou ao limite”. Dias antes ele havia criticado diretamente uma liminar do ministro Alexandre de Moraes que impediu a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a função de Diretor da Polícia Federal, cargo que foi o estopim da saída de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ramagem foi o homem indicado pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) para ficar encarregado da segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral, após a tentativa de assassinato por Adélio Bispo de Oliveira, ele e o então candidato desenvolveram amizade, e esse relacionamento de proximidade foi usado pelo ministro Alexandre de Moraes como argumento para impedir a nomeação.
O jornalista Alexandre Garcia analisou essa decisão de Alexandre de Moraes como uma violação da Constituição e das leis que regem a atuação do presidente da República, já que o ministro pressupôs o cometimento de crimes que, na prática, não existem.
Povo nas ruas
De acordo com informações do portal G1, a manifestação começou com uma carreata na Esplanada dos Ministérios e teve seu ápice na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
Bolsonaro foi ao local acompanhado da filha e de deputados federais. Durante sua interação com os cidadãos, afirmou que não vai mais “admitir interferências”, mas evitou citar diretamente o ministro Alexandre de Moraes.
“Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente”, declarou Bolsonaro.
O presidente citou ainda as Forças Armadas, dizendo que tem apoio dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, e que agora, “não tem mais conversa” para tentar contornar a usurpação de funções: “Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas – ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade – também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo”.
“Vamos tocar o barco. Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Tá ok? Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF”, anunciou, na afirmação mais dura já feita em seu mandato até aqui.