Jesus orientou aos seus seguidores que fossem o “sal da terra” e a “luz do mundo” em seu ensinamento que ficou conhecido como o “Sermão da Montanha”, no capítulo 5 do evangelho de Mateus. Uma pesquisa realizada no primeiro semestre deste ano procurou saber como os cristãos estão cumprindo essa orientação no ambiente de trabalho.
Como estão trabalhando os cristãos, da sala de reuniões à sala de aula, atendendo a esse chamado do Novo Testamento? Essa pergunta motivou os pesquisadores do Barna Group, em parceria com Abilene Christian University , que terminaram por encontrar sinais encorajadores de que os cristãos estão vivendo sua fé com integridade.
No estudo foi possível constatar que a Igreja desempenha um importante papel no incentivo à fé e integração no trabalho, e descobrir quais os valores e virtudes específicos que definem a ética de trabalho dos cristãos da atualidade.
Incentivadoramente, os cristãos que trabalham dizem que se apegam a padrões e virtudes de integridade profissional que representam bem a Igreja. Eles estão enraizados na convicção de que os cristãos devem agir com ética (82%), falar a verdade (74%) e demonstrar moralidade (72%). Em um nível ainda mais espiritual, os entrevistados dizem que os cristãos que trabalham devem fazer amigos com os não-cristãos (66%), resistir à tentação (59%) e fazer um excelente trabalho em um esforço para evidenciar glória a Deus (58%).
A maioria acredita que as pessoas de fé devem ser guiadas por uma atitude de humildade (63%) e serviço (53%), enquanto também cuidam dos outros falando contra a injustiça, seja na sociedade ou no local de trabalho (53%), e levando graça e paz aos outros (48%).
De acordo com o relatório do Barna Group, a tendência é clara: a maioria dos cristãos empregados quer fazer o bem em seus locais de trabalho – mas nem sempre de uma maneira que se destaque. Eles parecem menos inclinados a ver como sua responsabilidade ser influente: apenas um terço acredita que devem ajudar a moldar a cultura de seu local de trabalho (35%).
Além disso, apenas um quarto diz que compartilhar o Evangelho é uma responsabilidade no ambiente de trabalho (24%), apontando para uma cautela geral de falar explicitamente sobre fé, uma atitude que não é incomum no clima “politicamente correto” dos dias atuais. No entanto, os trabalhadores cristãos mais exemplares neste estudo mostram mais ousadia espiritual com uma maior disposição de compartilhar o Evangelho do que o trabalhador cristão mediano.
Os cristãos Millennials (formados pelas gerações Y e Z, nascidos em meados dos anos 1990 e 2000) formam o grupo mais disposto a considerar completamente importante que os cristãos moldem a cultura (40%, comparado a 35% da Geração X e 33% dos Boomers – termo que define pessoas nascidas no pós- Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1946 e 1964) ou sejam conhecidos por servir outros (58%, comparado a 51% da Geração X e 51 % de Boomers) em seus trabalhos.
No entanto, outras respostas dos Millennials implicam que eles têm algumas lições vocacionais para aprender: quando solicitados a apontar valores que deveriam exibir no local de trabalho, características como falar a verdade (68% X 78% entre os Boomers), demonstrar moralidade (72% x 76% entre os Boomers), agir eticamente (77% x 85% Boomers) ou resistir à tentação (54% x 66% entre os Boomers) diminuem em importância entre os Millennials, particularmente em comparação com os Boomers, geração formada por pessoas de maior idade. No entanto, menos da metade diz que sua igreja lhes dá uma visão para viver sua fé no trabalho (46% contra 57% da Geração X e 53% dos Boomers concordam “fortemente”).
A pesquisa foi realizada online, entre 27 de fevereiro e 12 de março de 2018, e posteriormente entre 18 de abril e 8 de maio de 2018, usando um painel no site do instituto. A amostra incluiu 1.459 cristãos norte-americanos auto-identificados que concordam, de certa forma, que sua fé é muito importante em sua vida hoje e estão empregados (em período integral, meio expediente ou autônomos, incluindo trabalho não remunerado para uma empresa familiar). A margem de erro para esta amostra é de 2,3% no nível de confiança de 95%.