As eleições 2018, embora ainda distantes, já começam a movimentar os políticos e também o eleitorado, que através de pesquisas, vem expressando seu olhar sobre o cenário da disputa. Um levantamento recente, feito apenas com evangélicos, mostrou que Lula (PT) e João Doria (PSDB) são os preferidos desse grupo social.
A pesquisa, realizada pelo grupo de estudos de mídia, religião e cultura (MIRE) da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), entrevistou 424 evangélicos na última Marcha para Jesus, em São Paulo, realizada no dia 15 de junho.
O relatório do levantamento da MIRE aponta na mesma direção de outro levantamento, feito por um grupo de professores de Ciências Sociais das universidades Federal de São Paulo (Unifesp), e de São Paulo (USP), com apoio da Fundação Friederich Ebert, no mesmo dia e evento, que demonstrou rejeição forte dos entrevistados a Lula e outras figuras políticas nacionais.
A rejeição dos evangélicos a Lula, na pesquisa das universidades, está em 83,7%. Já a pesquisa da MIRE aponta que 12,5% dos entrevistados têm preferência pelo voto no ex-presidente, o que mostra uma linha clara de separação do eleitorado evangélico: quem não o rejeita completamente, pretende votar nele.
Em compensação, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) possui a intenção de voto de 11,56%, sendo o segundo colocado na pesquisa da MIRE. De acordo com informações da revista Carta Capital, Jair Bolsonaro (PSC) vem em terceiro lugar, com 8,25%, seguido pela evangélica Marina Silva (Rede), com 6,37%; e o juiz Sérgio Moro (não filiado a partido), com 4,72%.
O grosso do eleitorado está indeciso, já que os votos brancos e nulos somam 27,36% e os que não souberam ou não quiseram responder, 25%, portanto, mais da metade do universo pesquisado.
O sociólogo Leandro Ortunes, coordenador da pesquisa, disse que o percentual de intenção de voto em Lula expressa um “sentimento de militância ou de identificação político-ideológico”, já que 97% dos entrevistados que disseram que votariam no ex-presidente também disseram sentir afinidade com o PT.
“O mesmo não ocorre com João Doria. Na pesquisa, 79% das pessoas que afirmaram votar nele não se identificam com nenhum partido político. Com isso, temos o PT se reafirmando como partido e Doria ganhando espaço com o discurso do anti-político”, analisou.