Um levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Ibope revelou que a maioria dos brasileiros é contra a legalização do aborto e da maconha, e a liberação do casamento gay.
A pesquisa foi realizada paralelamente à aferição das intenções de voto nos candidatos a presidente que foi divulgada na noite de ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo.
79% dos brasileiros é contrário à legalização do aborto, enquanto que 16% se diz à favor. O tema é uma das principais bandeiras de partidos de esquerda e movimentos feministas, e foi o centro de uma das principais batalhas travadas pela bancada evangélica nos últimos quatro anos.
O mesmo índice se repete no quesito liberação da maconha: 79% a favor e 16% contra. O tema vem sendo debatido de forma mais frequente na sociedade como uma sugestão de combate ao tráfico de drogas, que tem na maconha seu produto mais popular. Os argumentos favoráveis à descriminalização da erva apontam para uma possível redução dos crimes cometidos para torná-la disponível aos usuários. Os contrários, apontam os danos à saúde que o consumo em excesso pode causar.
O casamento gay é motivo de divisão na sociedade brasileira: 53% manifesta opinião contrária à liberação da união entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 40% defende a ideia de que homossexuais têm esse direito. Recentemente, o tema foi motivo de polêmica na campanha de Marina Silva (PSB), com críticas dos ativistas gays ao programa de governo da candidata.
A pena de morte é outro tema que divide a opinião pública no Brasil, país que é formado por maioria cristã – religião que defende a valorização da vida. 49% dos brasileiros é contrário à pena de morte, enquanto 46% defende a adoção da sentença máxima em casos de crimes hediondos.
Essa divisão não existe quando o assunto é a redução da maioridade penal: 80% dos brasileiros é favorável à mudança na lei que permita um adolescente ser julgado como adulto se cometer crime direta ou indiretamente.
A pesquisa mostrou ainda que os brasileiros são favoráveis à manutenção do programa família. 75% dos entrevistados aprovam a iniciativa de distribuição de renda às famílias mais pobres, enquanto que 22% reprova.
Uma das bandeiras defendidas pelo candidato do PSC à presidência da República, pastor Everaldo, a privatização de 100% do capital da Petrobrás é rejeitada por 59%, enquanto 22% se manifesta a favor.