Uma pesquisa recente apontou que existe uma ampla aceitação da compreensão de que Deus não seja homem. O tema voltou à tona recentemente por conta da polêmica música da artista pop Ariana Grande, chamada God Is A Woman (“Deus é uma mulher”, em tradução livre).
A organização YouGov realizou um levantamento entre os cristãos do Reino Unido e descobriu que a maioria acredita que Deus não tenha gênero. Apesar disso, a ideia proposta por Ariana Grande em sua música pró-feminismo também não encontra grande repercussão, pois somente 1% dos entrevistados acredita que Deus seja mulher.
O levantamento descobriu que 41% dos cristãos do Reino Unido acreditam que Deus não tem gênero humano, enquanto 36% vê Deus como um homem. Outros 3% dos entrevistados disseram que Deus tem uma identidade de gênero humana diferente para masculino / feminino, enquanto os 19% restantes dizem não saber.
Somente quatro em cada dez mulheres cristãs (41%) acreditam que Deus possa ser mulher, em comparação com 30% dos cristãos do sexo masculino. Proporções aproximadamente iguais de homens e mulheres cristãos dizem que Deus não tem gênero humano (42% e 39%, respectivamente).
Há também uma diferença notável entre protestantes e católicos, com os católicos sendo o grupo mais provável a dizer que Deus é homem.
Aproximandamente metade dos católicos (47%) dizem que Deus é um homem, comparado a 33% dos protestantes. Espelhando isso, 43% dos protestantes acreditam que Deus não tem gênero humano, comparado a 30% dos católicos.
Essa constatação é irônica, uma vez que o Catecismo da Igreja Católica #239, como estabelecido pelo papa João Paulo II em 1992, declara especificamente que “Deus não é nem homem nem mulher: Ele é Deus”.
++ Pesquisa: maioria projeta imagem de Deus de acordo com preferências
A grande maioria dos protestantes britânicos segue a Igreja da Inglaterra, de origem anglicana, que ainda considera que Deus é homem, embora um movimento dentro da Igreja tenha chamado para que Deus fosse referido como mulher em 2015. Outras denominações protestantes menores, como Metodistas e a Igreja Reformada Unida, já adotaram linguagem inclusiva de gênero para Deus.
A idade é outro indicador, com os cristãos mais velhos (acima de 50 anos) sendo mais propensos a dizer que Deus não tem gênero humano (46%, comparado a 37% daqueles com idade entre 25 e 49 anos), concluiu o estudo.