As investigações da Operação Lava-Jato levaram a Procuradoria-Geral da República a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de 28 inquéritos contra 54 pessoas, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, o evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) também foi citado no relatório do procurador-geral Rodrigo Janot, que inclui outros parlamentares dos partidos PT, PP, PSB e PSDB.
O deputado Eduardo Cunha é apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo apelidado de petrolão, como beneficiário de valores entregues pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. Esse servidor público é considerado o responsável pelo repasse de valores a políticos a mando do doleiro.
Os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) estão na lista dos nomes de pessoas a serem investigadas. No entanto, já se especula que os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI) também estejam na lista.
A lista que agora está nas mãos dos ministros do STF ainda não pode ser divulgada completamente à imprensa porque o processo corre sob sigilo de Justiça. Porém, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Teori Zavascki já sinalizou que irá abrir os inquéritos para tornar público os nomes dos envolvidos.
Os nomes que integram a lista enviada ao STF foram citados por Youssef e pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, durante seus depoimentos em delação premiada, que não pode conter mentiras ou omissões para que o benefício de redução de pena seja concedido.
Defesa
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Eduardo Cunha vai contratar o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza para elaborar sua defesa das denúncias.
Desde o início que seu nome surgiu na imprensa como parte do esquema de corrupção, Cunha tem negado ter recebido valores do esquema de corrupção na Petrobrás.