No Paquistão, final do mês passado, um caso envolvendo uma publicação no Facebook feita por um jovem causou o sofrimento de centenas de cristãos, expulsos das suas casas sob ameaças de morte. Isso, porque, os muçulmanos da região não admitiram que uma foto, considerada “blasfêmia”, contendo a imagem do túmulo de Maomé, permanecesse publicada.
O caso aconteceu no bairro de Dahir, subúrbio de Shahdara, cerca de 50 km da capital Lahore. O jovem Patras Masih, de 20 anos, publicou a foto de um homem não islâmico utilizando sandálias no Roza-e-Rasool, local do túmulo de Maomé se encontra, na Arábia Saudita.
A foto foi considerada uma grave “blasfêmia” e Patras foi solicitado que excluísse a publicação, mas ele se negou. O fato causou revolta entre os islâmicos, que reuniram quase 3.000 devotos para saíram às ruas do bairro, protestando contra o que consideraram uma ofensa, segundo informações da Associação Cristã Paquistanesa Britânica.
Os muçulmanos pediram a morte de Patras por enforcamento. Eles bloquearam as ruas, agrediram os moradores e ameaçaram queimar as casas dos cristãos que vivem no bairro, forçando-os a fugir do local. Com medo e tentando evitar mais danos à comunidade cristã, a família do jovem entregou ele às autoridades:
“À noite, quando a multidão irritada estava ficando fora de controle, fomos ao superintendente da polícia e entregamos Patras para eles”, disse Arif, tio do rapaz. “Desde então não soubemos o que aconteceu com ele”.
O Paquistão é um dos países listados pela organização Portas Abertas, como um dos locais de maior perseguição religiosa contra os cristãos no mundo, junto com a Índia e a Coreia do Norte. O destino do jovem Patras ainda continua um mistério, mas a família pede orações pelo filho, apesar de imaginar que ele já pode ter sido assassinado pelos extremistas locais.