O uso de templos religiosos na campanha eleitoral para poderá render a cassação do mandato de parlamentares ligados às igrejas Universal do Reino de Deus e Mundial do Poder de Deus.
A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio de Janeiro moveu ação pedindo a cassação de seis candidatos ligados a essas denominações, sob o argumento de que suas campanhas cometeram abuso de poder econômico ao usarem templos em atividades da campanha eleitoral, segundo informações da revista Exame.
Alguns líderes religiosos também são listados como réus nas ações da PRE por serem os responsáveis pelos templos onde foram encontrados materiais de campanha dos candidatos.
No caso da Igreja Universal do Reino de Deus, os envolvidos são os bispos Daniel Santos e Junior Reis, responsáveis pela filiais de Del Castilho, na zona norte, e de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, respectivamente.
Para a PRE, esses templos foram usados para promover as candidaturas de Marcelo Crivella (PRB), derrotado na disputa pelo governo do estado; Roberto Sales e Rosângela Gomes (PRB), eleitos deputados federais; e Tia Ju (PRB) e Benedito Alves (PMDB), eleitos deputados estaduais no Rio de Janeiro.
Já na Igreja Mundial do Poder de Deus, o pastor Leonardo Carlos Machado – conhecido como Léo, líder da filial em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense – é apontado como parte do suposto esquema ilegal de campanha que elegeu os candidatos Francisco Floriano (PR), deputado federal; e Milton Rangel (PSD), deputado estadual.
“Em uma democracia, a liberdade religiosa é plena, o que é inadmissível é a transformação de templos religiosos em comitês eleitorais”, afirmou o procurador regional eleitoral Paulo Roberto Bérenger.
De acordo com Bérenger, a quantidade de reclamações de eleitores sobre os crimes eleitorais cometidos em templos foi enorme: “As irregularidades cometidas foram muitas, tanto que mesmo após o término do prazo para ajuizamento de representações por propaganda irregular, que é o dia da eleição, a PRE-RJ continua recebendo os relatórios”, concluiu.