Durante milhares de anos a humanidade evoluiu conceitos de natureza moral, saindo de épocas em que barbaridades, por exemplo, como a escravidão, exploração sexual e o sacrifício humano eram vistos com naturalidade, para um tipo de civilização regulada por leis e valores em sua maioria herdados da cultura judaico-cristã.
Nos últimos 60 anos, no entanto, a partir da chamada “Revolução Sexual” que teve início nos Estados Unidos durante o período da Guerra Fria, a civilização vem sofrendo mudanças radicais em seus costumes, e de forma globalizada através dos meios de comunicação.
“Isso apenas nos últimos anos. Embora as demandas mais recentes da Revolução Sexual sejam mais radicais do que nunca, as pessoas parecem estar adotando-as mais rapidamente”, acredita o escritor John Stonestreet, presidente da Colson Center for Christian Worldview.
Stonestreet diz que apenas nos últimos 20 anos, desde quando o primeiro “casamento” homossexual foi realizado, em 1989, houve uma aceleração tão grande na aceitação do liberalismo moral que “hoje, a oposição ou mesmo a ambivalência ao casamento entre pessoas do mesmo sexo” já é considerada algo inaceitável.
Ele cita outros exemplos, dizendo que “o transgenerismo foi considerado algo além da imaginação quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado, e eu prevejo que a aceitação do poliamor [relação entre várias pessoas] pode acontecer ainda mais rápido”.
Para tratar do assunto, Stonestreet conversou com o sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas (EUA). Eles abordaram um estudo recém publicado, intitulado: “Como a ascensão de americanos não religiosos afeta o sexo e o casamento: evidências comparativas a partir de dados de novas pesquisas”.
A pesquisa aponta o crescimento do número de pessoas “não-religiosas”, ou pessoas que, apesar de apresentarem alguma crença, não se identificam com uma doutrina religiosa específica. Tais pessoas, portanto, não seguem determinados parâmetros e ficam vulneráveis ao construtivismo pós-moderno.
O estudo mostra que 24% dos não-religiosos concordaram com a afirmação “o casamento está desatualizado”, comparado a apenas 10% dos católicos e 2% dos evangélicos, de acordo com informações do portal Christian Headlines.
Finalmente, o que Stonestreet e Mark Regnerus constatam pode ser entendido como a confirmação da chamada “Teoria do Declive Escorregadio” que, resumidamente, significa que um evento ruim, por exemplo, se torna uma consequência de outro evento ruim, e assim sucessivamente.
Em outras palavras, ainda ilustrando a teoria, se uma sociedade aceita o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, ela consequentemente aceitará um dia o poliamor, o incesto e talvez até a pedofilia, como eventos “naturais” da chamada “Revolução Sexual”.