A jornalista Rachel Sheherazade, âncora do telejornal SBT Brasil, foi tema de um rumor em que jornalistas e artistas da emissora de Silvio Santos estariam insatisfeitos com a postura de apoio a Marco Feliciano adotada por ela.
No auge dos protestos contrários à ocupação da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) por Marco Feliciano, Rachel criticou a tentativa de censura à liberdade de expressão, afirmado que o pastor era livre para emitir suas opiniões.
Após o comentário, que correu as redes sociais, Rachel teria se tornado alvo de um abaixo-assinado interno dos funcionários do SBT que estariam incomodados com a postura da jornalista.
“Nem eu nem a direção de jornalismo sabemos nada a respeito da existência de um abaixo-assinado”, disse Rachel, em entrevista ao portal Uol, repetindo o discurso adotado pelo diretor de jornalismo da emissora, Marcelo Parada.
A jornalista paraibana comentou o tema do suposto abaixo-assinado, que seria “Rachel Sheherazade não nos representa”. Segundo a jornalista, sua função não é representar nenhum funcionário da emissora: “Não tenho procuração para isso. Nem quero ter. É bom lembrar que não fui contratada para repercutir a opinião de artistas, funcionários ou diretores do SBT. Nem para estar em consonância com eles. Não fui admitida nem mesmo para reverberar a opinião do dono da emissora. Muito pelo contrário”, defende-se.
Antes de trabalhar no SBT, Rachel construiu reputação por suas opiniões firmes num telejornal regional de seu estado natal: “Ao ser convidada para fazer parte do SBT, pediram-me, simplesmente, que emitisse minhas próprias opiniões. Falasse sobre o que quisesse, com total liberdade. Portanto, a única coisa que faço é usar esse privilégio da liberdade de expressão todos os dias. Se fosse pautar meus comentários pela aprovação da maioria não teria opinião própria, seria uma marionete de outros interesses. Isso não sou”, afirmou a jornalista.
Sobre eventuais incômodos da emissora por causa de suas opiniões, Rachel, que há dois anos ancora o SBT Brasil, disse estar tranquila a respeito de sua postura: “Nunca senti qualquer insatisfação por parte da direção nem dos artistas da emissora. Cada um tem seu papel: os artistas entretêm, os diretores dirigem. Sou jornalista e comentarista. Apresento o ‘SBT Brasil’ e emito minhas opiniões. Não há qualquer ingerência entre áreas”, observou.
Sheherazade afirma ainda que compreende a dimensão de suas opiniões e a forma como o público recebe o que ela diz: “Os comentários com maior repercussão sempre geram aplausos apaixonados e críticas inflamadas. Faz parte do meu trabalho. Não sou apenas uma leitora de teleprompter. Analiso os fatos, dou opinião, me exponho, dou a cara a tapa todos os dias. Se conquisto muitos com minha coragem e franqueza, também incomodo outros. Não tem como fugir disso, a não ser ficando em cima do muro. Mas quem não se posiciona não tem opinião. Não é o meu caso”, resumiu a jornalista.
Rachel Sheherazade termina lembrando que o politicamente correto não é via de regra na função que exerce, e cita nomes de jornalistas renomados que atuam exatamente igual a ela: “Nunca me arrependi de nada que tenha dito na TV. Até porque não sou uma pessoa leviana. Penso e pondero muito antes de emitir minhas opiniões […]Devo dizer que não sou precursora do jornalismo opinativo e que, antes de mim, outros colegas (Boris Casoy, Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, J.R. Guzzo, Joseval Peixoto, entre outros) abriram o espaço para esse jornalismo vivo e apaixonante que posso praticar hoje”, conceituou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+