“Diário de Notícias”. Esse é o nome do telejornal lançado recentemente pela Rede Gospel. À frente dele, está o jornalista José Carlos Bernardi, ex-editor chefe e apresentador de telejornais da RedeTV!.
Com 30 minutos de duração o telejornal é feito por cerca de 15 profissionais e tem como objetivo oferecer um noticiário dinâmico com conteúdo nacional, internacional e prestação de serviço, além de entrevistas que repercutem assuntos atuais. “É um jornal de fim de noite, sem pretensão de furar todo mundo. Ele é voltado para deixar a pessoas bem informadas sobre o dia”, diz Bernardi.
Questionado sobre as possíveis dificuldades de trabalhar em uma emissora evangélica, o jornalista é enfático: “A programação da emissora é evangélica, o jornal não. Queremos quebrar o estigma com esse produto. o jornalismo trabalha com a verdade, independente da religião, e isso é o mais importante”.
Portal IMPRENSA – Conte um pouco sobre a sua carreira e os objetivos do novo telejornal.
Jose Carlos Bernardi – Há três anos, a RedeTV! realizou um corte de funcionários, e eu estava nesse bolo. A partir daí, fui para a TV Assembleia, onde estou hoje como chefe de redação. Lá recebi o convite para apresentar o “Diário de Notícias”, da Rede Gospel – por onde já tive outras duas passagens. Como continuo na TV Assembleia, só faço a apresentação do telejornal e ajudo em alguma coisa na reunião de pauta. É um jornal de fim de noite, sem pretensão de furar todo mundo. Ele é voltado para deixar a pessoas bem informadas sobre o dia, não temos pretensão nenhuma de ser o melhor jornal. Além disso, a apresentação é descontraída, sempre temos uma entrevista, às vezes meio alternativa; a ideia é dar um outro enfoque.
IMPRENSA – É um jornal voltado para o público da emissora ou tem autonomia editorial?
Bernardi – Tem total autonomia, nós sabemos onde estamos pisando, não vamos criar animosidade. A linha editorial é feita com cautela, já que é uma TV segmentada. Mas a programação da emissora é evangélica, o jornal não. Queremos quebrar o estigma com esse produto. O interessante é que é um trabalho terceirizado, a produtora GG12 produz conteúdo para outras empresas. Este é o primeiro projeto, e estão surgindo outros de terceirização de telejornais. Com a prestação de serviço, há a redução de custo para a empresa que contrata, e teoricamente salários melhores para os trabalhadores.
IMPRENSA – O que esse cargo de apresentador representa para você neste momento da sua carreira?
Bernardi – Eu trabalhava em grandes emissoras, como SBT, Manchete, RedeTV!. Eu acho que é bom porque não estou fora do ar. O mais legal é a liberdade que eu tenho. Em emissoras maiores a fente fica engessado, lá eu fico confortável, bem à vontade. E a repercussão é grande, a gente nem imagina. Não temos noção da visibilidade.
IMPRENSA – É possível ser objetivo em uma emissora religiosa?
Bernardi – Claro que sim. Apesar de não frequentar a Igreja Renascer, eu também sou cristão, mas o jornalismo trabalha com a verdade, independente da religião, e isso é o mais importante.
IMPRENSA – Que medidas foram tomadas depois da interdição da sede da Rede Gospel? Isso afetou o seu programa?
Bernardi – O ruim foi termos que trocar de estúdio, porque achava o cenário antigo maravilhoso. Com o cenário reduzido, perde um pouco a qualidade do que eu proponho fazer: antes apresentava o jornal caminhando, em pé, e agora não tenho como me deslocar. No resto, não influencia em nada. Acredito que toda e qualquer modificação na sede vai melhorar as condições de trabalho para todo mundo. E lá eu nunca percebi nada de errado, estou torcendo para que isso se resolva porque quero o estúdio de volta.
Fonte: Portal Imprensa / Gospel+