John Piper, pastor e teólogo, enumerou cinco motivos pelos quais os cristãos devem celebrar a Reforma Protestante, iniciada em 31 de outubro de 1517, quando o então monge Martinho Lutero pregou 95 teses na porta da igreja de Wittenberg em protesto contra práticas corruptas e determinadas posições teológicas feitas pelo Vaticano.
A Reforma Protestante é o nome dado a um movimento que pretendia levar o cristianismo de volta às Escrituras. Diante da resistência da Igreja Católica Apostólica Romana, os reformadores avançaram com um trabalho que, em última análise, resultou na centralidade da obra redentora e a glória de Deus.
Em seu podcast, perguntaram a Piper o que as pessoas deveriam comemorar ao comemorar o aniversário da Reforma, e o pastor primeiro apontou para o que a Reforma está celebrando “em última instância […] é a glória de Jesus Cristo”.
“Na resposta de Calvino ao católico romano Sadoleto, ele disse: ‘Você… toca na justificação pela fé, o primeiro e mais agudo assunto de controvérsia entre nós… Onde quer que o conhecimento dela seja tirado, a glória de Cristo é extinta’”, recitou Piper. “Acho que o mesmo ponto poderia ser defendido questão após questão nas disputas da Reforma. Então, em última análise, celebramos a exaltação da glória de Cristo”, acrescentou.
Em segundo lugar, Piper observou que a Reforma representa “fundamentalmente […] a graça livre e soberana de Deus”, observando que Lutero “considerava a questão da autonomia humana versus a graça soberana como a questão fundamental subjacente da Reforma”.
“Enquanto alguém insiste na autodeterminação humana final, não consegue compreender a profundidade da nossa necessidade e obscurece a grandeza da graça livre e soberana de Deus, a única que pode dar vida e fé”, observou o pastor.
A terceira parte da celebração da Reforma é “a conquista decisiva da cruz de Cristo em proporcionar paz com Deus aos pecadores culpados”. O pastor referiu Hebreus 7:27, que diz que Cristo “não precisa oferecer sacrifícios dia após dia, primeiro pelos seus próprios pecados, e depois pelos pecados do povo” já que “Ele se sacrificou pelos pecados deles de uma vez por todas quando se ofereceu”.
“Estarei celebrando que a obra consumada e completa de Cristo – ao fornecer o castigo imputado pelos nossos pecados e a perfeição imputada à nossa justiça – foi uma vez por todas e não pode ser re-encenada na missa católica romana, de modo a tornar-se um ponto de transferência necessário. dessa graça decisiva”, enfatizou Piper.
O quarto motivo a ser celebrado é “a palavra inspirada de Deus nas Escrituras”, uma vez que a Reforma tornou a Bíblia disponível na linguagem cotidiana: “Celebrarei a preciosidade pessoal e o acesso à Palavra de Deus como meio diário de desfrutar da comunhão pessoal com meu Pai celestial”.
O quinto ponto, para John Piper é que a Reforma exalta “a verdade de que a fé – atuada diretamente em Cristo por meio de Sua Palavra, não mediada por sacramentos sacerdotais – é a maneira decisiva e primária de desfrutar o que Cristo comprou e o que a Palavra torna possível”.
Piper encerrou sua argumentação citando a carta do apóstolo Paulo aos Efésios 3:16-17, que diz em parte: “Oro para que, com suas gloriosas riquezas, ele possa fortalecê-los com poder através de seu Espírito em seu ser interior, para que Cristo habite em seus corações através da fé”.
“Esta é uma oração para os cristãos. Ele está orando pelos cristãos que já têm Cristo. Esta é uma oração pela experiência real e autêntica do Cristo vivo. Quando abraço Cristo crucificado e ressuscitado como meu tesouro supremo – vivo, presente, em casa em mim – essa mesma fé, esse abraço, essa fé é o instrumento suficiente para o desfrute de sua comunhão. Essa será minha principal celebração diária”, finalizou o pastor, de acordo com informações do portal The Christian Post.