O pastor André Valadão, líder global da Igreja Batista da Lagoinha, respondeu a um questionamento sobre o caso Sara Mariano, cantora gospel que foi assassinada. O seu corpo foi encontrado carbonizado na última sexta-feira. O então marido da vítima, Ederlan Mariano, é o principal suspeito e se encontra preso preventivamente.
De acordo com as investigações, Ederlan teria descoberto relacionamentos extraconjugais de Sara. Ela, por sua vez, havia relatado que sofria agressões frequentes por parte do esposo, e temia por sua vida ao saber que ele pretendia comprar uma arma.
Questionado sobre o assunto, o pastor André Valadão explicou que para esse tipo de situação, o divórcio é “a saída”. Segundo o líder religioso, a falta de compreensão quanto às questões relativas ao ensino bíblico sobre casamento acaba levando a um tipo de “religiosidade” prejudicial.
“Um assassinato que nos mostra mais uma vez a religiosidade, fragilidade e ignorância. O divórcio não deve ser impedimento diante de traições, abandono, agressões, ameaças. O divórcio nestes casos deve ser a saída, o fim. Infelizmente, muitos casamentos vivem de aparência não só no mundo, mas dentro das igrejas”, comentou o pastor no Instagram.
Além dos limites
A violência doméstica é um tema que infelizmente também faz parte dos que integram a Igreja Cristã, motivo pelo qual a compreensão correta do divórcio deve existir, sendo este um recurso que o pastor e teólogo Renato Vargens também acredita ser o correto.
Em uma publicação, Vargens explicou que a separação, de fato, não parte da vontade de Deus para a vida conjugal. Segundo o pastor, “o divórcio não é uma instituição divina”, mas sim algo que parte dos “corações caídos e distantes de Deus.”
Vargens explica, porém, que alguns confundem a luta por um casamento que tem as suas dificuldades, com algo que vai além dos limites do tolerável para uma vida conjugal à luz da Bíblia.
“É indispensável que também entendamos que existe um enorme abismo entre lutar por um casamento combalido a permanecer numa relação onde a esposa é constantemente violentada fisicamente”, escreve o pastor.
Citando a passagem de I Co 7:10-15, Vargens explica que a violência doméstica é uma forma de abandono, o que justifica a separação. “Acredito piamente que maridos que batem em suas esposas, há muito abandonaram seus lares, dando as suas mulheres condições de divorciaram dos agressores”, conclui.
Psicóloga alerta
Quem também comentou o caso Sara Mariano foi a psicóloga e escritora Marisa Lobo. Fazendo alusão a um dos seus livros, a especialista chamou de “psicopatas da fé” as pessoas que, aparentando viver uma vida religiosa, na verdade cometem crimes e enganam a sociedade.
Com isso, Marisa endossa a mesma opinião de Valadão e Vargens, fazendo um alerta ao público feminino. “Quero chamar atenção para as muitas mulheres que infelizmente vivem esse drama”, escreveu ela nas redes sociais.
“Com desculpa da região, subjugam e maltratam suas esposas. Essa é a maior das deslealdade com Deus, muito triste, estes usam a religião, NÃO SÃO CONVERTIDOS. São verdadeiros psicopatas da fé”, conclui Marisa.