Certo tempo atrás a igreja evangélica não possuía grandes divisões. Os diferentes segmentos denominacionais históricos se mantinham em harmonia. Isso, porque, as divergências doutrinárias não atingiam questões fundamentais, como a fé na inerrante Palavra de Deus, a salvação unicamente através de Jesus Cristo e a necessidade de arrependimento, por exemplo.
Nos últimos anos, no entanto, ganharam ascensão várias correntes de pensamento no meio teológico, também chamadas “teologias setoriais”. A teologia da prosperidade, ou de confissão positiva; teologia da missão integral; teologia inclusiva ou teologia gay; teologia feminista e teologia liberal são exemplos dessa variabilidade de visões, algumas já consideradas heresias em nosso meio.
Ao que parece, essa multiplicidade de “filosofias humanas”, no lugar de contribuir para a prática mais genuína do evangelho puro e simples, como descrito na Bíblia, distanciou o fiel do seu foco principal, que é testemunhar a graça e o amor de Deus através de Jesus Cristo em sua própria vida, anunciando assim o Reino de Deus e sua justiça ao mundo.
Para Rick Warren, escritor e pastor da Igreja Saddleback, na Califórnia, uma das maiores congregações dos Estados Unidos, a igreja evangélica precisa se arrepender para voltar a ser uma comunidade unida e relevante para o mundo:
“Estamos falhando em unidade. A Igreja está mais dividida, mais polarizada, há mais tribos, mais fraturadas do que nunca”, disse ele na última terça-feira (27) durante a 75ª Convenção Nacional dos Radiodifusores Religiosos, segundo o The Chistian Post. “Quando tivermos a unidade de Atos, teremos o poder de Atos”, disse ele.
Para Warren, a igreja não está disposta abrir mão de pequenas diferenças em prol de Cristo. Em outras palavras, o pastor sugere que ideologias humanas estão sendo mais valorizadas e cultuadas do que a “sã doutrina dos Apóstolos”. Ganha destaque nessa possível interpretação a leitura cada vez mais politizada do evangelho, no sentido de reduzir e submeter a leitura bíblica por um viés político, e não o contrário.
Warren lembra que a fonte dos males humanos está no pecado e que apenas Jesus Cristo é a solução para isso. Ele cita o exemplo do racismo: “O racismo não é um problema de pele, é um problema de pecado. Não se trata de pele, se trata de orgulho”, disse ele, ressaltando que as injustiças sociais, também, são frutos de um coração não convertido ao evangelho.
Por fim, Warren diz que a igreja cristã deve se unir em torno de Jesus Cristo. Que Ele, e apenas Ele, deve ser o nosso foco. Isso é o que ele chamou de “terceiro grande despertar espiritual”, afirmando que estamos precisando “desesperadamente de um avivamento”.