A Cosmopolitan, uma das revistas femininas mais lidas do mundo, afirmou que o satanismo é uma “religião” que pratica o aborto como “ritual satânico”. A publicação, que soma mais de 50 milhões de leitores, está integrando uma narrativa de vender a ideia de que a adoração a satanás é uma expressão cultural.
Na edição mais recente, a Cosmopolitan publicou um artigo sobre o Templo Satânico (TST) e sua clínica de aborto por telemedicina com sede no Novo México, que fornece “medicamentos para aborto via correio para aqueles que desejam realizar o Ritual de Aborto Religioso do Templo Satânico”.
A Clínica Satânica de Aborto da Mãe de Samuel Alito – esse é o nome oficial da clínica – é uma aparente referência ao juiz da Suprema Corte dos EUA, Samuel Alito, que proferiu a decisão em junho de 2022 que anulou o precedente jurídico que permitia a prática do aborto no país.
De acordo com a revista, a organização satanista oferece ainda uma linha direta 24 horas para entrar em contato com “equipe médica licenciada”, que supostamente é composta por membros do TST.
A autora do artigo, Arielle Domb, diz que a clínica se “inspira” em decisões judiciais históricas “a favor de empresários cristãos que negam serviços a pessoas [LGBT] puramente por motivos religiosos”.
O artigo prossegue chamando o TST de “grupo baseado na fé” e afirma que o TST – e por extensão, o satanismo, que é sua doutrina central – “é uma religião”: “Ao contrário de outros fornecedores de pílulas abortivas pelo correio… o TST é uma religião, o que significa que seus pacientes, que não precisam ser satanistas, estão participando de um ritual religioso”, romantizou a escritora Arielle Domb.
O aborto não é apenas um “ritual religioso” semelhante ao batismo ou à comunhão, mas, de acordo com o artigo, os satanistas “na verdade não adoram o diabo”.
“Não importa que os satanistas não adorem realmente o diabo. Não há sacrifícios rituais ou buscas por poderes sobrenaturais no TST. Na realidade, o satanismo é uma fé não-teísta na qual os cerca de 1,5 milhão de membros globais do TST veem Satanás mais como um mascote, retratado não como uma divindade obscura e onisciente, mas como um personagem literário – um símbolo venerável de rebelião, investigação racional, soberania pessoal. e resistência contra a tirania”, resume o artigo da Cosmopolitan, de acordo com informações do portal The Christian Post.