No mundo inteiro, a propagação de narrativas que ameaçam a liberdade religiosa é uma realidade crescente, e muitas se baseiam em acusações subjetivas facilmente manipuláveis, como a do “discurso de ódio“, algo que vem sendo vinculado por alguns, erroneamente, até mesmo à Bíblia sagrada.
É o que aponta uma pesquisa feita na Inglaterra pela Whitestone Insights. Milhares de pessoas foram ouvidas e entre os apontamentos surgiu a possibilidade de proibir livros que supostamente seriam propagadores de “ódio”.
Entre os 2.088 adultos consultados, 23% eram jovens de 18 a 34 anos, que disseram apoiar a possível proibição de trechos da Bíblia que teriam “discurso de ódio”. Eles foram perguntados sobre a seguinte questão:
“A menos que partes ofensivas possam ser removidas, os livros considerados por alguns como discurso de ódio deveriam ser proibidos de serem vendidos, inclusive, se necessário, livros religiosos como a Bíblia.”
Manipulação conceitual
Lideranças religiosas e políticas cristãs vêm se preocupando com esse tipo de narrativa, uma vez que ela dá margem para a manipulação conceitual acerca do que significa “ódio”, algo subjetivo e, portanto, sujeito a diferentes interpretações.
Na prática, isto significa que um cristão, ao pregar a Bíblia sagrada, poderá ser alvo de falsas acusações de incitação à violência e à discriminação, podendo sofrer represálias por isso, não porque tenha praticado crime, de fato, mas sim por ser alvo de perseguição religiosa.
“Isso é ainda mais uma razão para proteger a liberdade de expressão e de crença para todos”, alertou Lois McLatchie, representante da “Alliance Defending Freedom UK” (Aliança em defesa da liberdade no Reino Unido), segundo o Christian Post.
“Precisamos de uma forte defesa da liberdade religiosa por parte daqueles que fazem as nossas leis, e precisamos educar a geração ‘seja gentil’ sobre as consequências verdadeiramente odiosas da censura antes que este tipo de pensamento se insinue ainda mais na realidade”, conclui a especialista.
Além do segmento citado acima, os entrevistados de 35 a 54 anos corresponderam a 17% dos que concordam com a censura da Bíblia, enquanto os que possuem mais de 55 anos representaram 13%. Veja também:
Frase “você precisa de Jesus” passa a ser tratada como discurso de ódio por universidade dos EUA