O pastor Marco Feliciano (Republicanos-SP) criticou a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Roberto Jefferson tem atuado como um dos principais articuladores do movimento conservador no país e é um dos entusiastas do governo do presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação de Feliciano, o ex-deputado foi preso por suas opiniões.
“O motivo da prisão dele foi a exposição de suas opiniões, algumas contundentes. Lembramos, porém, que, no ‘calor’ dos fatos, as opiniões de alguns grupos políticos podem divergir, mas, por si mesmas, elas não oferecem ameaças à ordem instituída”, introduziu.
Feliciano defende que “um líder político como o ex-deputado Roberto Jefferson tem o dever cívico de não omitir seu posicionamento político a respeito dos fatos que grassam pela nação” e acrescenta que política se trata da “a arte do contraditório”.
A acusação formal de Alexandre de Moraes contra Roberto Jefferson é que o político atuaria como membro de um grupo voltado a “desestabilizar instituições republicanas”.
Em seu artigo, Feliciano lembra que é representante de “um segmento da sociedade que defende valores como a família e a educação infantil com princípios cristãos de respeito a professores, autoridades e mais velhos”, e que por isso, está habituado a ser confrontado.
“Por sermos ferrenhos defensores desses valores e princípios, sofremos perseguição, ameaças, calúnias e difamações. Mas sabemos que o homem público está sujeito a críticas e devemos confrontá-las apenas no âmbito das ideias, usando de persuasão”, explicou.
O argumento do pastor Feliciano é que Moraes, ao mandar prender alguém que o critica, extrapolou suas prerrogativas: “Quando uma reação é inversamente desproporcional à ação, isto é um sinal de uso indevido de força”.
“Assim, o legal e o moral se confundem, causando instabilidade na sociedade, a qual tem de ser embasada por leis e mecanismos previsíveis e com uma jurisprudência mansa e pacífica – nunca com exceções que, aí sim, colocam em risco a democracia plena, como a que defendemos, sem influências totalitárias, onde a força se sobrepõe à razão”, aprofundou.
Marco Feliciano não se furtou a também criticar o ministro Alexandre de Moraes e os demais membros do STF: “Ministros da Suprema Corte, em todo o mundo civilizado, são pessoas discretas, que só falam nos autos e não perseguem protagonismo midiático, pois a liturgia dos seus cargos assim os obrigam. Então, quando um membro da Suprema Corte é contestado, em suas manifestações funcionais, pela maioria dos juristas de escolas do país, isto é um sinal de que algo está fugindo ao controle”.
A crítica se estende: “Quem recebe a nobre missão de proteger a Carta Magna do país deve imbuir-se da nobreza de seu cargo e acautelar-se em relação a pressões por parte de quem os indicou, bem como traçar uma linha divisória entre a gratidão e a magnitude de suas responsabilidades”.
Na conclusão do artigo publicado no portal Pleno News, Feliciano diz que está em oração para que “Deus que ilumine as autoridades de nosso país para que não extrapolem as linhas que separam o bem e o mal”.