Um dos principais articuladores dos “rolezinhos” que tomaram conta dos shoppings paulistas no final de 2013 se converteu ao Evangelho e deixou a vida de “famosinho do Facebook”.
Vinicius Andrade, 18 anos, tinha 200 mil seguidores no Facebook, convocava “rolês” e concedia entrevistas a emissoras de TV, sites e jornais no auge da polêmica que afligia os administradores de shoppings.
A efervescência social dos “rolezinhos” motivou reuniões ministeriais, medidas judiciais e pesquisas que buscavam compreender a legalidade e motivação dos encontros de jovens pobres que se vestiam com roupas de marca no “território” das classes A e B.
Um ano depois, Vinicius mudou completamente seu foco. Se converteu ao Evangelho e frequenta uma Igreja Adventista, trocou as roupas de marca por um figurino social, e diz que sonha ser pastor e político.
Trabalhando com um deputado evangélico na Assembleia Legislativa de São Paulo, Vinicius se empenha nas pregações, sejam elas feitas nos púlpitos das igrejas que visita, sejam durante o expediente como assessor parlamentar.
“Sai do ‘rolezinho’ porque vi muitos amigos irem para o lado errado e tinha muito assédio da mídia em cima de mim. Hoje, eu quero salvar vidas. Agora quero ser líder na religião e na política”, afirma o jovem, dizendo que tem planos para se candidatar a vereador e, posteriormente, deputado.
A fuga do movimento “rolezinho” aconteceu, em partes, por ver o destino de outros dois “famosinhos do Facebook”: em abril deste ano, Lucas Oliveira Silva de Lima, 18, morreu espancado durante um baile funk; Em outubro, Leonardo Henrique Soares Alvarenga, 16, morreu com um tiro disparado por um amigo.
“Há muita inveja. Os caras olham você todo popular, cheio de minas e querem te tirar. Há muita maldade. Isso é um dos motivos porque parei com a ostentação, de querer mostrar o que eu tenho”, disse Vinicius ao Uol.