Os escombros de uma fortaleza construída há mais de dois mil anos é apontada por arqueólogos como o palácio do rei Herodes Antipas, com base da sala do trono sendo uma das poucas áreas preservadas.
Os pesquisadores acreditam que foi nessa ala da fortaleza que Salomé dançou para Herodes Antipas enquanto o seduzia para convence-lo a mandar trazer a cabeça de João Batista em uma bandeja.
O jornal israelense Haaretz publicou a descoberta feita por um time de arqueólogos que atua no local desde 1968, sendo iniciada por Jerry Vardaman, que à época era membro do Seminário Teológico Batista do Sul e depois se tornou diretor do Instituto de Arqueologia Cobb, da Universidade Estadual do Mississippi.
A fortaleza foi construída pelo pai de Herodes Antipas, rei Herodes I, numa colina chamada Maquero, situada na Jordânia, a 24 quilômetros do rio Jordão. Um processo de reconstrução do edifício contribuiu para a descoberta de maiores detalhes sobre o sítio arqueológico.
O Talmude – uma coletânea de textos rabínicos – afirma que a fumaça das ofertas de sacrifício no Templo de Jerusalém podia ser vista subindo dos altares por todo o caminho em Maquero. A fortaleza, contemporânea do Segundo Templo, foi erguida à beira de um penhasco com vista para o Mar Morto.
A colina fortificada foi originalmente construída pelo rei Asmoneus, Alexandre Janeu, por volta de 90 a. C., servindo como uma importante posição estratégica militar. No entanto, foi destruída pelo general de Pompeu, Aulo Gabínio em 57 a. C., passando a ser reconstruída por Herodes I em 30 a. C., servindo como uma base militar para controlar os territórios a leste do Jordão.
Depois que Herodes, o Grande, morreu, essa fortaleza foi passada para seu filho, Herodes Antipas, que governou de 4 a. C. até 39 d. C. Foi nessa época que João Batista foi preso e decapitado em Maquero a pedido de Salomé.
Após a morte Antipas em 39 d.C., a fortificação ficou sob o comando de Herodes Agripa I até 44 d. C., quando passou para o controle de Roma, até que em 66 d. C., rebeldes judeus conquistaram a fortaleza durante a Primeira Revolta Judaica.
Dentro da área fortificada estão as ruínas do palácio herodiano, incluindo quartos, um grande pátio e um banheiro com fragmentos do mosaico do piso. Mais abaixo, na encosta da colina, estão outras muralhas e torres, representando provavelmente a “cidade baixa”, sobre a qual o historiador Flávio Josefo escreveu.