Anualmente, milhares de mulheres que vivem nos países onde o islamismo é a religião oficial do Estado são obrigadas a se casar com muçulmanos, mesmo quando se trata de uma união sem o consentimento da mulher. Sa’aada Hussein, que hoje é ex-muçulmana, foi uma dessas pessoas, e ela resolveu contar o seu testemunho.
Quando solteira, Sa’aada Hussein conheceu um amigo da Somália que é cristão. Ela lhe pediu para conseguir alguns livros proibidos pelo islã em sua região, entre eles a Bíblia Sagrada. Ela disse que na época ele lhe “cortejou para ser sua namorada. Depois de um ano, perguntei se ele poderia me conseguir os outros livros”.
Ele lhe deu uma Bíblia, assegurando que ela incluía o Taurat (Torá), Zabur (Salmos) e Injeel (Evangelhos). “Quando li a Bíblia, escolhi ser seguidor de Issa (Jesus)”, disse ela, na época com 20 anos.
Em 2010, no entanto, Sa’aada foi obrigada a se casar com um muçulmano, o que lhe fez esconder a sua fé em Cristo por algum tempo. “Eu temia que meu marido pudesse relatar minha crença em Issa [Jesus] aos meus parentes, então permaneci uma cristã secreta por um ano”, disse ela, segundo o Morning Star News.
Por notar que seu marido não era um muçulmano fervoroso e praticava alguns atos proibidos pelo islã, ela resolveu lhe pedir a permissão para ler a Bíblia, mas ele recusou. E para a surpresa de Sa’aada, o esposo também revelou o seu pedido aos parentes da ex-muçulmana e clérigos islâmicos locais.
Na tradição islâmica, abandonar o islamismo para seguir outra religião é algo punível com a morte. Sa’aada sabia que poderia ser apedrejada pelos próprios familiares, ainda que não fosse condenada à morte em um julgamento formal.
A ex-muçulmana contou que em 20 de fevereiro ela foi convocada pela família e membros do clã sobre a questão da leitura da Bíblia. Sabendo qual seria o seu desfecho, ela resolveu preservar a sua vida, deixando o marido. “Eu sabia que o resultado seria desastroso, então o deixei”, contou.
Sa’aada Hussein é mãe de dois filhos, um com 6 e outro com 8 anos. Ela sabe que na lei islâmica uma mulher que abandona o islã perde a guarda dos filhos para o marido. Agora a ex-muçulmana pretende lutar para conscientizar outras mulheres sobre os riscos do casamento muçulmano.
“Por causa de questões culturais e opressão das mulheres no Islã, perdi meus filhos, pais e parentes como resultado da minha conversão, que foi uma provação extremamente dolorosa e meu espírito ficou ferido”, disse ela. “É difícil alcançar meus filhos agora depois de oito meses longe.”
“Gostaria de ajudar outras mulheres, ex-muçulmanas crentes em Cristo, a terem cuidado com o casamento com muçulmanos, pois isso fará com que elas sofram dores e choques, como fiz quando perdi todo o meu sustento, para que agora eu tenha que viver com amigos”, revelou.
Atualmente Sa’aada Hussein vive em uma região da Somália, que por motivos óbvios não foi revelada em função da sua segurança, segundo informações do Christian Headlines.