A tradição cristã da celebração da ressurreição de Jesus Cristo, mais uma vez, foi alvo de um ataque terrorista coordenado, deixando quase 300 mortos no Sri Lanka. Os alvos foram igrejas repletas de fiéis que se reuniram para a festa de Páscoa.
O número atualizado de mortos na manhã desta segunda-feira, 22 de abril, chegou a 290 de acordo com as autoridades locais, enquanto os feridos já somam 500.
A série de explosões, seguidas, atingiu igrejas em todo o território, incluindo o Santuário de Santo Antônio, localizado na cidade de Colombo, capital do Sri Lanka. De acordo com diversos veículos de imprensa, o templo é um dos principais no país, com alto índice de visitação entre os fiéis.
Os cristãos formam uma minoria no Sri Lanka, vivendo em pequenas comunidades, como na região norte da capital. Nessa área, outra igreja foi atacada: São Sebastião. A explosão derrubou o teto e destruiu as janelas e as portas do templo, que ficou extremamente danificado.
No entanto, não foram apenas os católicos que sofreram com o gesto de intolerância e perseguição religiosa: uma igreja evangélica na cidade de Batticaloa, localizada a centenas de quilômetros das demais explosões, também foi atingida.
A investigação sobre o atentado já estabeleceu que houve uma espécie de coordenação prévia, pois as explosões ocorreram de maneira consecutiva, entre 08h45 e 09h da manhã, horário em que os templos estavam cheios por conta da celebração matinal.
O ministro de Reformas Econômicas do Sri Lanka, Harsha de Silva, visitou um dos templos atingidos e afirmou, através do Twitter, que um comitê especial para resolver esta crise marcada por “cenas horríveis” foi criado. O governo declarou estado de emergência e determinou o bloqueio das redes sociais, assim como de aplicativos de troca de mensagens, como WhatsApp e Viper, para conter a disseminação de fake news e também dificultar a comunicação entre as células terroristas.
Ao todo, o país tem 22 milhões de habitantes, com os cristãos representando apenas 7% da população, contra 10% de muçulmanos, 12% de hinduístas de 70% de budistas.
Páscoa
A celebração da data que é considerada por muitos a mais importante da cristandade já foi alvo de ataques em anos anteriores. Em abril de 2017, por exemplo, 30 pessoas foram assassinadas e outras 70 ficaram feridas durante um atentado suicida à igreja conta de Tanta, no Egito. Os fiéis celebravam, na ocasião, o Domingo de Ramos, que abre as comemorações da Semana Santa.
No mesmo ano, outro terrorista suicida atentou contra a igreja de São Marcos no distrito da Manshyia na Alexandria, deixando 16 mortos e 66 feridos.
Em 2016, no Domingo de Páscoa, ao menos 75 pessoas morreram e outras 340 ficaram feridas no atentado suicida no parque Gulshan-E-Iqbal, em Lahore (Paquistão), onde os católicos celebravam a Santa Missa pela Ressurreição de Cristo. Também morreram vários muçulmanos que se encontravam nas redondezas.
No caso do Sri Lanka, o papa Francisco soube do atentado durante a celebração da missa na Praça de São Pedro, no Vaticano, e expressou seu lamento: “Recebi com tristeza e dor a notícia dos graves atentados que, precisamente hoje, no dia da Páscoa, levaram luto e dor a algumas igrejas e outros locais de encontro no Sri Lanka. Desejo manifestar minha afetuosa proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto estava reunida em oração e a todas as vítimas de tão cruel violência. Confio ao Senhor os que morreram tragicamente e oro pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa deste acontecimento dramático”, afirmou.