Um atentado terrorista perpetrado por uma facção do Talibã no Paquistão ceifou a vida de 65 cristãos no último domingo, 27 de março, em meio às celebrações da Páscoa.
Os cristãos são minoria no Paquistão, e a facção Jamaat-ul-Ahrar assumiu a responsabilidade pelo ataque suicida de um homem bomba na cidade de Lahore.
De acordo com informações da agência Reuters, o porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan, afirmou que o ataque tinha motivação religiosa: “O alvo foram os cristãos. Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques”, ameaçou.
A intolerância religiosa no Paquistão, majoritariamente muçulmano, mantém o país há anos na lista da Missão Portas Abertas como um dos 50 lugares onde há maior perseguição religiosa contra cristãos.
“Militantes do islã têm atacado cristãos e outras minorias religiosas com frequência ao longo da última década. Os cristãos acusam o governo do país de poucos esforços para protegê-los”, informou a Reuters.
“Estávamos aqui apenas tentando ter uma noite agradável e desfrutar do clima. Que tipo de pessoa tem como alvo crianças pequenas brincado em um parque?”, questionou Nasreen Bibi, mãe de uma criança de dois anos ferida na explosão, segundo informações do Daily Mail.
“Quando aconteceu a explosão, as chamas eram tão altas que chegavam ao topo das árvores. Vi corpos voando no ar”, afirmou Hasan Imran, 30 anos, que caminhava no parque no momento do ataque.
O governo da província onde Lahore está localizada decretou três dias de luto oficial, mas ainda teme que a quantidade de pessoas assassinadas aumente: “Muitos dos que foram feridos estão em estado grave. Tememos que o número de mortes aumente de forma considerável”, lamentou Salman Rafique, conselheiro de saúde da cidade.