O próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) será um jurista “terrivelmente evangélico”, reiterou o presidente Jair Bolsonaro, que indicou que o nome especulado na imprensa, pastor André Mendonça, é realmente favorito à indicação.
A declaração de Bolsonaro ocorreu no último sábado, 08 de maio, durante uma conversa com cidadãos que o aguardavam no Palácio da Alvorada. Um grupo de fiéis evangélicos estava entre os presentes.
“Quem indica vagas pro Supremo Tribunal Federal passa por mim. A palavra final não é minha, é do Senado, tem uma sabatina lá. Mas vocês sabem que o dia 5 de julho, 4 de julho, vai ter um terrivelmente evangélico”, declarou o presidente Bolsonaro.
O nome do pastor André Mendonça, atual ministro da Advocacia-Geral da União, vem sendo apontado como favorito na imprensa e entre lideranças evangélicas. Bolsonaro evitou confirmar a escolha, por respeito ao ministro Marco Aurélio Mello, decano do STF, que se aposentará no começo de julho.
“Tem um cotado aí, por enquanto é ele, mas não tá batido o martelo ainda”, disse o presidente, que de acordo com informações da agência Reuters, ficou mais de 27 minutos conversando com os cidadãos em frente à residência oficial.
Cotação em alta
Embora o “martelo não esteja batido”, líderes evangélicos veem o nome do pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil como certo. O líder da Igreja Apostólica Fonte da Vida, de Goiânia (GO), apóstolo César Augusto, afirmou recentemente que as chances do advogado-geral da União, André Mendonça, ser indicado ao STF são de 98%.
No último dia 19 de abril, César Augusto esteve entre os líderes evangélicos recebidos pelo presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto para uma reunião, que contou inclusive com a presença de Mendonça.
Na ocasião, o mandatário afirmou que o pastor presbiteriano que atua na AGU é “terrivelmente evangélico”, numa referência ao critério adotado por ele para indicar o próximo ministro do STF. A vaga a ser aberta é a do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta em julho, dias antes de completar 75 anos.
“Ele é o terrivelmente evangélico e tem 98% de chances de ser indicado ao STF”, disse Cesar Augusto à revista Veja.
Augusto é considerado, junto com o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e do apóstolo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo, como parte de um seleto grupo que frequentemente visita o Palácio do Planalto para aconselhar o presidente.
“Ainda não tem a data do anúncio, mas o presidente é um homem de palavra. Mendonça é um jurista extremamente preparado e conta com a simpatia e o respaldo do segmento evangélico”, acrescentou César Augusto.
A convicção do líder evangélico sobre a indicação de Mendonça é a mesma entre outros representantes do segmento que gozam do prestígio de Bolsonaro: “De zero a dez, a chance de ser o Mendonça hoje é 8. Mas a prerrogativa é toda do presidente”, afirmou na mesma ocasião, sob condição de sigilo, um integrante da bancada evangélica.