O bispo Rodrigues, ex-deputado federal condenado no escândalo do Mensalão, recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para trabalhar durante o dia e retornar à cadeia à noite.
O benefício foi concedido ao condenado após uma revisão do caso pelo relator do Mensalão, ministro Luís Roberto Barroso. Em janeiro, Rodrigues já havia conseguido o benefício e arrumado um emprego na rádio Antena Nove, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
No entanto, o benefício do trabalho fora da prisão foi revogado pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que entendia que os condenados que não haviam cumprido 1/6 da pena não poderiam usufruir do benefício. O bispo Rodrigues foi condenado a seis anos e três meses de prisão.
Agora, a concessão do benefício novamente foi autorizada por Barroso por conta de uma jurisprudência criada em uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em 1999, quando autorizou um condenado à prisão em regime semi-aberto a trabalhar fora do presídio, mesmo não tendo cumprido 1/6 da sentença.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, antes de voltar a trabalhar na emissora de rádio da Igreja Universal, o bispo Rodrigues deverá ser transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF), para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), unidade prisional dedicada a receber presos que podem sair para trabalhar durante o dia, e na parte da noite, retornam ao local para dormir.
Além do bispo Rodrigues, foram beneficiados pela decisão os também condenados José Dirceu (PT), ex-deputado federal e ministro do governo Lula; o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares; os ex-deputados federais Valdemar Costa Neto e Pedro Corrêa (PR); e o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas.
O escândalo do Mensalão foi denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em 2005, e, resumidamente, consistia no desvio de verbas públicas através de empreiteiras para compra de votos de parlamentares para aprovação de medidas que o governo Lula pretendia implementar.