O desfecho do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da Câmara dos Deputados não parece caminhar para algo honroso. Na tarde de ontem, quarta-feira, 02 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou a votação para decidir se aceita o pedido da Procuradoria Geral da República de abertura de um processo contra ele. E antes dos trabalhos serem interrompidos, o placar contra Cunha estava em 6 x 0.
Como o colegiado do STF é composto por 11 ministros, a maioria já votou a favor da abertura da ação penal, em que Cunha é acusado de receber propinas de empresas que disputaram a licitação para a construção de navios-sonda para a Petrobras.
O deputado integrante da bancada evangélica sofreu pressão dos colegas parlamentares para que renunciasse à presidência da Câmara dos Deputados, de acordo com informações da jornalista Vera Magalhães, da coluna Radar Online, no site da revista Veja.
“Líderes de partidos governistas e de oposição usaram os microfones do plenário da Câmara na sessão desta noite [quarta-feira] para pedir que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renuncie à presidência da Casa, uma vez que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal já votou a favor de abertura de ação penal contra ele. […] Henrique Fontana (PT-RS) disse que Cunha é ‘amoral’ e capaz de ouvir as acusações e ficar impassível. De fato: Cunha ignorou os apelos e manteve a condução das votações de medidas provisórias na Casa”, escreveu Magalhães.
Pessoas próximas relataram que, diante da iminência de se tornar réu, Cunha manteve sua postura aparentemente tranquila e desdenhou da decisão do Supremo: “Tô nem aí pro STF”, teria dito o deputado a aliados, segundo informações obtidas pelo jornalista Guilherme Amado, de O Globo.
Na terça-feira, 01 de março, Cunha já havia sofrido outra derrota, com a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados de levar adiante o processo contra ele por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar é acusado de ter mentido durante depoimento, quando afirmou que não possuía contas no exterior.