Um homem que se apresenta como pastor, apesar de não ser ligado a nenhuma igreja específica, está sendo acusado de aplicar o golpe do “tesouro mundial” em fiéis e teve seu canal removido do YouTube a pedido do Ministério Público.
Réu em processo por estelionato em Goiás, o pastor Osório José Lopes está sendo acusado de aplicar golpes milionários em diversas localidades do país. Depois que as acusações surgiram, ele dobrou a aposta e pediu doações via PIX:
“As custas agora aumentaram muito. Por isso, venho pedir com sinceridade: ‘Preciso de um voto de confiança’. Quem puder me ajudar, me dar R$ 50, R$ 100, dentro da proporção do que puder dar”, pediu Osório na última terça-feira, 15 de março.
Em 2018, Osório José Lopes chegou a ficar um mês preso em Goianésia por conta da acusação de estelionato. De acordo com informações do G1, a Polícia Civil apurou à época que o chamado pastor ganhou R$ 15 milhões aplicando golpes em fiéis da região.
‘Tesouro Mundial’
Junto a outro homem que também se apresentava como pastor, Osório dizia aos fiéis que tinha ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas ele e o sócio precisavam reunir fundos para conseguir recebê-lo, e para isso precisavam de doações.
Quando conseguiam atenção de fiéis, ele afirmava que tinha dinheiro no “Tesouro Mundial”, e que gostaria de repartir com quem o ajudasse a ter acesso ao suposto fundo bilionário. Segundo o Banco Central e o Tesouro Nacional, a “Letra do Tesouro Mundial” é um título que não existe.
Uma das vítimas recebeu um documento do pastor, assinado, prometendo um retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões. O delegado que o prendeu em 2018 disse que Osório ostentava uma vida de luxo em Goiás e que ele usava um helicóptero para fazer um trajeto de cerca de 180 km na região central goiana.
YouTube
Em seu último vídeo publicado no canal no YouTube, o chamado pastor disse que as acusações contra ele teriam tornado sua tarefa mais difícil, e que sua advogada já havia sido informada que a plataforma tiraria seu conteúdo do ar:
“Vocês acham que é fácil trabalhar nove anos e receber uma mensagem dizendo que, por enquanto, todas as operações do pastor Osório estão suspensas pelo escândalo? Não sei quando meu canal vai ser retirado do ar”, disse.
O promotor de Justiça de São Paulo, Arthur Pinto de Lemos Junior informou que os vídeos de Osório constituem fraudes: “Através desses vídeos, está havendo a prática fraudulenta de se prometer um lucro absurdo com manobras financeiras que não são concretizadas”, resumiu.
O portal Metrópoles informou que os vídeos de Osório eram gravados em um condomínio em São Paulo, onde ele leva uma vida de luxo. Apesar da remoção do canal, o “pastor” continua em liberdade.