Um caso de intolerância religiosa contra uma mãe de santo, cometido por um traficante que supostamente segue a doutrina evangélica, chamou atenção da imprensa e vem repercutindo nas redes sociais.
A situação foi registrada pelos agressores e compartilhada nas redes sociais. Algumas testemunhas, ouvidas pela rádio CBN (Grupo Globo), acusaram os traficantes de urinarem nas imagens religiosas do terreiro.
“Olha aqui, meus amigos, o capeta chefe está aqui”, diz o traficante, referindo-se a uma das imagens, enquanto obriga a yalorixá responsável pelo templo de candomblé a destruir as peças.
“Taca fogo em tudo. Quebra tudo! Apaga a vela, pelo sangue de Jesus tem poder”, diz o traficante. “Arrebenta as guias todas, todo mal tem que ser desfeito, em nome de Jesus. Quebra tudo, porque a senhora é a demônio chefe, a senhora é quem faz as cachorradas. Quebra tudo”, acrescenta.
O vídeo, compartilhado nas redes sociais, repercutiu e a emissora de rádio ouviu testemunhas e noticiou que o terreiro foi atacado por sete criminosos armados durante uma sessão.
O terreiro ficava localizado no bairro Ambaí, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense (RJ). O presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, se apressou em acusar líderes evangélicos de perseguição.
“Essa é uma coisa muito bem orquestrada e pensada até de ocupação de espaço geográfico. É sinal de que tem algumas más lideranças religiosas metidas nisso. Porque o cidadão em si não acorda, da noite pro dia, tem uma miragem, ‘ah, Jesus mandou, fui lá e fiz’. Não é isso que está acontecendo. Eles estão falando com uma retórica, com um discurso muito bem construído. Então alguém botou isso na cabeça dessas pessoas”, afirmou.
O secretário de Segurança, Roberto Sá, se reuniu com o responsável pela Secretaria de Direitos Humanos, Átila Nunes, e o chefe da Polícia Civil, Carlos Leba, para debater a criação de uma Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, como forma de combater as ações de perseguição religiosa no Rio de Janeiro.