A Polícia Civil concluiu que a travesti Talita Oliveira cometeu crime ao vir a público alegar que teria feito um programa com o pastor André Valadão, líder global da Igreja Batista da Lagoinha. As acusações ocorreram em julho desse ano, por meio das redes sociais, e teria por objetivo “tiras as máscaras” do líder religioso.
“Não tenho medo que ele me processe. Ele contratou os meus serviços e deseja a minha morte e da minha comunidade. Eu nunca tive vontade de expor isso, pois minha vida está em risco. Quero tirar as máscaras dele”, acusou o travesti, dizendo que teria feito dois programas com Valadão há cerca de 10 ou 12 anos.
O pastor emitiu uma nota para rebater as acusações, dizendo que as declarações de Oliveira, que vive atualmente na França, são falsas e tem por objetivo “obter visibilidade na mídia”, sendo também “uma clara e covarde tentativa de difamar e manchar a honra de uma pessoa”.
“Diante dessa infame conduta criminosa, de injúria e difamação, serão empregadas todas as medidas legais cabíveis para salvaguardar a reputação do pastor André Valadão”, dizia a nota.
Crime de difamação
As acusações do travesti surgiram após André Valadão viralizar nas redes sociais com trechos de uma mensagem contra o ativismo LGBT+, o que lhe rendeu ataques por parte dos simpatizantes do movimento.
Após isso, a advogada Vanessa Souza, que representa o pastor foi até Dijon, na França, apresentar uma queixa-crime contra Oliveira, junto à promotoria legal. “Em São Paulo, o delegado já mandou instaurar o inquérito policial, abrindo um processo penal e com essa providência, viajei para Europa”, disse ela.
Segundo informações do Metrópoles, ao receber a notificação da ação, Oliveira se recusou a prestar depoimento, ocasião em que teria a oportunidade de apresentar provas contra o líder religioso, oficializando as suas acusações.
Em vez disso, o travesti enviou um áudio à autoridade que lhe notificou, disparando mais acusações e ofensas contra Valadão. Com isso, “a polícia já tem elementos suficientes para encerrar o inquérito, atestando que houve prática de crime contra o pastor da Igreja da Lagoinha”, diz o Metrópoles.
“Com o fim das investigações, um número inicial de processo já foi liberado e a Polícia Civil vai pedir a quebra dos dados de Talita, além de solicitar pedido de cooperação internacional”, ressalta o portal.