A quebra de paradigma representada por Donald Trump tem influenciado inclusive a assistência a cristãos perseguidos em países onde o cristianismo é minoria. O presidente dos Estados Unidos fez mudanças na parceria com a ONU na defesa da liberdade religiosa por considerar a postura da entidade aquém e parcial.
O mandatário anunciou recentemente que está enviando ajuda financeira diretamente aos cristãos perseguidos no Iraque – país que foi um dos centros da ação terrorista do Estado Islâmico. A decisão é mais uma promessa de campanha cumprida por Trump.
O envio de dezenas de milhões de dólares para ajudar os cristãos no Iraque é a primeira iniciativa de uma política que já havia sido antecipada pelo vice-presidente Mike Pence, em outubro do ano passado. Na ocasião, ele havia informado que Trump mudaria a forma como os EUA agiam na ajuda a nações estrangeiras e deixaria de esperar pela ONU.
De acordo com informações do portal The Christian Post, os cristãos perseguidos no Iraque aos poucos retornam para as áreas onde viviam antes da ascensão do Estado Islâmico, e se esforçam para reconstruir suas vidas agora que a região de Nínive está livre dos extremistas do Estado Islâmico.
A principal crítica da atual administração da Casa Branca é que a ONU atua de forma parcial, pois no passado, reconheceu que outra minoria étnica/religiosa do Iraque estava sendo alvo de uma campanha de genocídio por parte do Estado Islâmico, mas se recusou a fazer o mesmo reconhecimento em relação aos cristãos, que tinham como opção ficar e morrer, ou fugir.
A ONU também chegou a dizer que enviaria ajuda aos cristãos iraquianos, mas na prática nenhuma atitude foi tomada e a assistência nunca chegou.
Para aplicar as verbas destinadas a esse fim, Trump disse que a Casa Branca está aberta a propostas de organizações privadas no Iraque que atuem em assistência aos perseguidos. A parceria seria voltada à reconstrução de casas e restauração dos serviços que proveem água, eletricidade, esgoto, saúde e educação.
A Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla original), órgão oficial do governo dos EUA, doou US$ 55 milhões para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Estabilização no Iraque, que “atende às necessidades das minorias religiosas e étnicas vulneráveis”. O repasse, no total, soma US$ 75 milhões e a ONU precisará prestar contas.
Essa decisão tenta equilibrar a balança, já que a maior parte do orçamento da ONU é investida com a agência que cuida dos refugiados islâmicos.
Tom Staal, conselheiro da USAID, reforçou que além de exigir um controle muito mais rígido das operações da ONU na região, Trump pretende migrar seu foco para as ONGs da região que se candidatarem a receber verbas para reconstruir as comunidades religiosas minoritárias, num trabalho completamente independente das Nações Unidas.
Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, foi a responsável, segundo a Fox News, por negociar os novos termos de trabalho da USAID com a ONU no envio de ajuda às minorias religiosas ao redor do mundo. Haley é evangélica e recentemente esteve no centro da polêmica dos EUA com a ONU por conta da decisão de Trump em reconhecer Jerusalém capital de Israel.