Jerusalém tem uma nova sinagoga, estabelecida nas ruínas de túneis que são remanescentes do antigo Templo judaico na cidade. A construção preserva um grande legado histórico dos judeus na cidade e marca um novo capítulo na disputa por legitimidade na ocupação da área.
A sinagoga foi construída pelos judeus nos subterrâneos do Monte do Templo, imediatamente abaixo do local onde acredita-se que ficava localizado o Santo dos Santos, área restrita do Templo erguido pelo rei Salomão, permitida apenas aos sacerdotes que a acessavam em circunstâncias específicas.
A inauguração, na última segunda-feira, 18 de dezembro, foi marcada por uma cerimônia com a presença do rabino-chefe de Jerusalém, Aryeh Stern, e o diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro, Eli Groner.
No Muro das Lamentações, judeus praticantes acenderam a sétima vela de Chanuká. A celebração foi repetida ao redor do mundo por outros descendentes do povo que mantém a prática religiosa.
Logo após o acendimento das velas, os líderes judeus presentes foram à nova sinagoga para concluir a cerimônia formal. O novo local de oração tem alta importância história, por conta de sua localização, e custou 12 anos de trabalhos intensos de preservação arqueológica, reconstrução e adequação do espaço para as condições de segurança exigidas.
De acordo com informações do portal Israel National News, o objetivo era oferecer conforto e, ao mesmo tempo, preservar a impressionante caverna onde ficam os túneis, que estão localizados em frente à “Grande Pedra”, mais de 30 metros abaixo do ponto em que Salomão ergueu o Santo dos Santos.
Uma peça decorativa inserida na sinagoga faz referência à sarça ardente vista por Moisés. A peça de metal, que remete a uma “arca” estilizada e ovalada, tem uma chama no topo, além de versículos de Deuteronômio 6: 4-9 (“Shema Yisrael”), e também um trecho do Cântico dos Cânticos.
Embora seja pequena, a nova sinagoga possui aproximadamente 100 lugares, em bancos de madeira, piso de mármore e iluminação moderna, planejada para ressaltar as características arquitetônicas da caverna. O local ficará aberto a qualquer pessoa que for a Jerusalém com o desejo de estudar as Escrituras, orar e buscar a Deus.
Em breve, a Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações – responsável pela manutenção do espaço – irá divulgar os horários em que serão realizados cultos de oração na nova sinagoga.