Casos de sacrifícios humanos vêm sendo registrados em Uganda e alarmando a população do país. Os relatos são de que feiticeiros locais têm sequestrado e assassinado crianças em rituais de busca de riqueza.
Segundo informações do portal Religion News Service (RNS), recentemente a Polícia de Uganda prendeu 44 suspeitos na cidade de Katabi, localizada a cerca de 38 quilômetros da capital, Kampala.
Os investigados estariam ligados a uma série de assassinatos de crianças e mulheres, e até agora, metade dos suspeitos foram acusados formalmente. O Inspetor Geral de Polícia de Uganda, Kale Kayihura, disse que um suspeito confessou ter matado oito mulheres.
Há registros de assassinatos de mais de 20 mulheres entre maio e setembro do ano passado, revelou Kayihura: “Os assassinatos eram para rituais de sacrifício. Estamos trabalhando duro para prender os suspeitos remanescentes e acabar com a prática”, garantiu.
Em 2017, Herbert Were, um morador da cidade de Busia, no leste de Uganda, foi preso por decapitar seu irmão de oito anos, Joel Ogema. Were, de 21 anos, confessou à polícia que ele matou seu próprio irmão na esperança de obter riquezas.
Nesse contexto, as lideranças cristãs do país estão colaborando com a Polícia no sentido de conscientizar a população sobre a importância de se denunciar os praticantes de feitiçaria que sacrificam vidas humanas em rituais por riqueza.
O pastor Peter Sewakiryanga, que dirige o Ministério Kyampisi Childcare – uma entidade dedicada à luta contra o sacrifício infantil em Uganda – disse que as crianças desaparecem no país a cada semana, e frequentemente são encontradas mortas ou vivas com partes do corpo mutiladas.
Por medo, a maioria dos sobreviventes não registra boletins de ocorrência na Polícia, contou o pastor Sewakiryanga: “É um problema sério, mas estamos lutando com a ajuda do governo”, disse ele.
Os sacrifícios envolvem a remoção de partes do corpo, sangue ou tecido enquanto a criança ainda está viva. “É um ritual brutal que destrói a vida de nossos filhos e de seus pais mentalmente. Estamos trabalhando com a polícia para prender os feiticeiros envolvidos no ritual. Também estamos ajudando os sobreviventes financeiramente e com apoio moral”, concluiu.