A animosidade da grande imprensa no Rio de Janeiro em relação à gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB) e à Igreja Universal do Reino de Deus – da qual o prefeito é bispo licenciado – fez surgir uma nova polêmica. Uma reportagem do Grupo Globo sugere que uma maternidade da cidade teria o estacionamento ocupado pela denominação do bispo Edir Macedo, que acusa o veículo de fake news.
A maternidade Herculano Pinheiro, localizada no bairro de Madureira, fica ao lado de um imóvel adquirido pela Igreja Universal. Recentemente, um engenheiro representante da denominação foi ao local para medir o estacionamento do edifício, e solicitou autorização da direção do hospital.
O jornal Extra, de propriedade do Grupo Globo, publicou uma reportagem em seu site sugerindo que a maternidade teria o estacionamento ocupado pela igreja. “Universal Parking em Madureira”, dizia o título da matéria.
“Diretores da Maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira, receberam a visita de um homem que se diz engenheiro da Igreja Universal do Reino de Deus — e que estaria interessado em medir o… estacionamento (?) da unidade de saúde do município. Num terreno vizinho seria construído mais um templo da igreja comandada pelo tio do prefeito Marcelo Crivella (PRB)”, diz a reportagem assinada por Berenice Seara.
A assessoria de comunicação da Igreja Universal publicou nota acusando o Extra de produzir fake news, e criticou o “maldoso título” da reportagem. “Uma especulação tão absurda quanto mentirosa, que induz os leitores a concluir que a Universal utilizaria o estacionamento público do hospital”, introduz a nota.
“Em 21/6, a repórter Aline Macedo enviou um e-mail ao Departamento de Comunicação Social da Universal (UNIcom), indagando apenas sobre a aquisição de ‘um terreno no entorno do Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro’. Na ocasião, a jornalista formulou somente duas perguntas: ‘A intenção é construir um novo templo? Qual é a previsão para que ele comece a funcionar?’”, contextualiza o texto da assessoria de imprensa da denominação.
“O engenheiro citado no texto é funcionário da empresa contratada para a demolição de um imóvel adquirido, e fez a tal visita para elaborar o laudo de vizinhança – procedimento habitual para mapear as condições dos imóveis do entorno, antes da obra começar. O objetivo é esclarecer dúvidas quanto a problemas nos imóveis vizinhos, como, por exemplo, sobre a existência de trincas e rachaduras preexistentes, ou eventualmente causadas pela futura demolição”, acrescenta a nota.
A Universal criticou ainda a metodologia jornalística do Extra: “A repórter não fez qualquer questionamento sobre o estacionamento do hospital – que era a razão das notas que escreveria. Ou seja, ao invés de conhecer a verdade, preferiu publicar um texto preconceituoso, mentiroso e completamente divorciado do Jornalismo”.