A ideia de que a vacina contra a Covid-19 seria a “marca da besta”, aproveitando-se do momento de vulnerabilidade social ao redor do mundo, foi discutida por um teólogo que apresenta um popular programa de rádio nos Estados Unidos, indicando que não há elementos bíblicos para se fazer tal afirmação.
A hipótese, que circulava nas redes sociais há algum tempo, foi levantada pelo rapper Kanye West, recém-convertido, quando falou sobre seus planos de ser um candidato de bandeira conservadora à presidência dos Estados Unidos.
Hank Hanegraaff, do programa Bible Answer Man, repercutiu as declarações de Kanye West dizendo que a interpretação feita pelo rapper é “tão enganosa quanto perigosa” e “completamente indefensável” do ponto de vista bíblico.
“Digo isso porque, biblicamente, a marca da besta é simbólica, é obviamente uma paródia da marca do cordeiro. A interpretação bíblica é importante. Se interpretarmos a Bíblia incorretamente, pensaremos que a Bíblia é um monte de bobagens”, argumentou o teólogo.
De acordo com informações do portal The Christian Post, Hanegraaff explicou que “a marca em Apocalipse 13 simboliza a identidade com a besta”, e deve ser olhada por esse prisma: “E, como tal, identificar-se com o reino de satanás é o que o manterá fora do céu, sem ser vacinado. Como Kanye West certamente deve saber, a testa e as mãos das pessoas são símbolos do Antigo Testamento de suas crenças e comportamento”.
Hanegraaff apontou que em Êxodo 13 “comer pão sem fermento é comparado a um sinal na mão e um lembrete na testa dos filhos de Israel, e assim, a marca da besta em Apocalipse está firmemente amarrada às Escrituras”.
“A interpretação de Kanye West da marca da besta como uma vacinação ou silício ou microchip é amarrada tenazmente ao ar. As multidões que o seguem devem saber que assumir a marca da besta é a negação intencional no pensamento, na palavra, na ação do senhorio de Jesus Cristo”, sublinhou o teólogo.
Aconselhando os cristãos a adotar uma postura sábia, Hank Hanegraaff disse que, ao invés de recusar vacinas, o certo a se fazer é, com “medo e tremor, resistir à tentação de se conformar com os sistemas malignos deste mundo, sistemas que jogam rápido e solto com apelidos bíblicos e traficam na venda de sensacionalismo”.
“Apaixone-se novamente pela Palavra de Deus, em vez de se apaixonar pelas palavras dos ícones sociais. Que tal aceitar em voz alta a marca do cordeiro? Que tal oferecer seu corpo como sacrifício vivo, sendo transformado pela renovação de sua mente?”, questionou ele.
Por fim, o teólogo pontuou que a interpretação “tóxica” que foi potencializada por Kanye West afasta as pessoas de um possível interesse pela Bíblia Sagrada: “É muito importante que paremos de nos apaixonar por vender sensacionalismo e aprendamos a ler a Bíblia por todo o seu valor substancial, porque o cristianismo é a única esperança para a civilização ocidental”.