O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago, estaria negociando a compra da emissora de televisão do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F e bola da vez na Operação Lava-Jato.
A negociação para a compra do Canal Rural vem se estendendo nas últimas semanas, como consequência das perdas financeiras que as empresas de Joesley Batista vêm sofrendo desde que o empresário se tornou um dos principais envolvidos nas investigações contra o presidente Michel Temer (PMDB) e os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT).
“Joesley Batista já recebeu quatro ofertas para vender o Canal Rural. Uma delas partiu da Igreja Mundial, do pastor Valdemiro Santiago. Seja quem for o comprador, a transação deve render aproximadamente 80 milhões de reais ao empresário-delator”, noticiou o jornalista Gabriel Mascarenhas, no portal da revista Veja.
A busca por espaço nas emissoras de televisão é uma constante do autointitulado apóstolo Valdemiro Santiago, para promover sua denominação e cultos. Desde que iniciou uma verdadeira guerra contra o bispo Edir Macedo, Santiago vem perdendo espaço na TV em uma ofensiva midiática da Igreja Universal do Reino de Deus.
Ainda de acordo com informações da Veja, se depender dos atuais funcionários do Canal Rural, Joesley Batista não venderá a empresa para Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial: “O comando da emissora está trabalhando internamente para que o patrão não feche negócio com a igreja”, afirmou Mascarenhas.
Prisão
Joesley Batista teve sua prisão temporária decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República, após novas evidências apontarem para uma estratégia do empresário e executivos da JBS em omitir informações durante a negociação da delação premiada que resultou em uma espécie de “perdão judicial” aos envolvidos.
Agora, o empresário está sendo mantido na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, para que as investigações avancem. A delação premiada que garantiu a liberdade de Joesley Batista poderá ser cancelada, segundo o procurador-geral Rodrigo Janot.