A grande mídia se apressou em divulgar com alarde uma fake news sobre uma felicitação do papa Francisco a um casal gay que lutava para batizar os filhos adotivos, mas o Vaticano desmentiu que o pontífice católico teria manifestado aprovação ao modelo de família homossexual.
O ativista gay Toni Reis – conhecido pelos embates públicos com lideranças evangélicas – divulgou em sua página no Facebook uma foto da carta enviada pelo papa Francisco em resposta a uma carta enviada por ele e seu parceiro ao Vaticano, e alardeou que o líder da Igreja Católica manifestava aprovação à união homossexual e adoção homoparental.
No entanto, o portal ACI Digital obteve da assessoria de imprensa do Vaticano uma declaração em que fica evidente que o papa não felicitou o casal homossexual pelo batismo dos filhos adotivos.
“Em relação à carta assinada pelo Monsenhor Assessor da Secretaria de Estado, reitero que a afirmação do senhor Toni Reis de que se trata de uma resposta ao casal é falso. A carta estava dirigida apenas a ele (‘Prezado Senhor’)”, indica Paloma García Ovejero, subdiretora da Sala de Imprensa do Vaticano.
A nota de imprensa vai além e frisa que “embora é certo que no corpo da notícia se fazia referência a uma bênção à família do destinatário, se precisa que em português esta expressão tem um sentido genérico e amplo”, explicando a confusão por causa do idioma que motivou a interpretação de que o papa aprovava o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças.
Toni Reis e seu companheiro, David Harrad, movimentaram a imprensa mundial na última segunda-feira, 07 de agosto, declarando à agência de notícias AFP que haviam recebido os cumprimentos do papa por formarem uma união com filhos adotivos.
“Na resposta enviada pela Seção Portuguesa da Secretaria de Estado em nome do Santo Padre, não há nenhum elemento que faça referência ao conteúdo concreto da carta do senhor Reis, exceto o agradecimento do Papa com a expressão da ‘estima e veneração ao Pastor da Igreja Universal’”, concluiu a funcionária do Vaticano.
Diante do uso da carta-resposta como trunfo por parte dos ativistas, a suspeita de que a mensagem não mencionasse detalhes da família foi uma das mais destacadas pelos portais católicos. Essa postura levou Toni Reis a divulgar a carta enviada a Francisco e ela incluía a informação de que ele formava um casal homossexual com David Harrad e haviam adotado três crianças que viviam em favelas do Rio de Janeiro.
“Não é a primeira vez que algo assim acontece na Secretaria de Estado do Vaticano. Já no passado, um funcionário enviou uma carta similar a um casal de lésbicas que também usaram o documento para apresentá-lo falsamente como uma aprovação do Papa à sua relação”, relataram os redatores do portal ACI Digital.
Veja a foto da carta enviada pelo Vaticano ao casal gay: