A entrevista de Caio Fábio à apresentadora Luciana Gimenez na noite de ontem, 05 de maio, começou já com uma crítica do reverendo à prática que muitas igrejas adotam, em semelhança com a Igreja Católica, da confissão de pecados a um terceiro.
“Se [a igreja] virar uma instituição de confessionário, introduz-se poder de alguém sobre outro alguém, e começa também a hipocrisia. Melhor a gente lidar de amigo para amigo, e abrir o coração”, disse Fábio já em sua primeira resposta.
Luciana Gimenez afirmou que sempre ouviu falar de Caio Fábio como alguém “diferenciado, um pastor de mente aberta, que fala o que pensa” e sempre ligado a “polêmicas”, e o questionou se era isso mesmo. A resposta de Caio Fábio foi positiva: “Eu falo o que eu penso. Não tem problema em relação a absolutamente nada. Não vejo razão para estar aqui no planeta Terra escondendo o que eu penso”.
Confira abaixo, respostas de Caio Fábio sobre temas diversos ligados à fé:
Pecado
“A gente peca o tempo todo. A gente tem que parar de viadagem, de frescura. Nós somos pecadores, pensamos o que não devemos”, disse Caio Fábio. Luciana o interrompeu para perguntar se trair em pensamento é um pecado, e o reverendo foi objetivo: “É pecado. Se eu tenho uma relação contigo, sou casado contigo, e começo a desejar tua melhor amiga, ou uma amiga nossa em comum, com avidez, tem alguma coisa errada no meu coração, primeiro para contigo – porque seu eu te amasse como mulher de verdade, eu ficava meio selado para as outras alternativas”, afirmou.
Neopentecostais
“Nós estamos lá [na Nigéria] protegendo essas crianças desses pastores e dessas igrejas, que dizem o seguinte: criança que faz xixi nas calças, gosta de jogar futebol, tem um pesadelo à noite ou chora e quer ir para a cama do pai ou da mãe, está possessa de espírito de bruxo. E quem diz isso são pastores neopentecostais. E aí, a cura: ‘Me dê três meses do seu salário, e eu liberto seu filho do espírito ‘bruxificante’ que está nele’. O cara tem oito, nove, dez, onze filhos, ele vai abrir mão de três meses do salário para libertar, sendo que na cultura nigeriana, a coisa do indivíduo bruxo é um fato apavorante na cabeça deles. Todo mundo tem medo disso. Conclusão: eles botam o filho para fora de casa ou entregam o filho ao pastor. A gente já encontrou criança acorrentada, criança vivendo sob tirania de pedófilos, de pastor maluco. São centenas. A gente tem um orfanato, tiramos a criança da tutela desses pastores dominadores malucos. O governo apoia”, revelou Caio.
Dízimo
“A gente precisa de doação e de dinheiro para fazer tudo, não só um negócio como esse aqui da RedeTV!, mas as ações que a gente realiza hoje no nordeste brasileiro, ou na Nigéria, ou no Senegal […] Admitir essa necessidade [de doações] é uma coisa. Viver para criar estratagemas para provocar as pessoas nesse sentido, e pior do que isso, dizer que se alguém não der [o dízimo] está sob maldição divina, os bens vão ser devorados, o gafanhoto migrador vai comer tudo, a vida vai virar do avesso, e você nunca mais será bem-sucedido em nada, aí é trabalho de ‘bruxificação’ de almas incautas, é exploração do próximo. Associar isso com uma barganha com Deus é nojento”, criticou Caio Fábio. “É espontâneo. No Novo Testamento, tudo é espontâneo”, acrescentou.
Casar virgem
“Eu acho que as pessoas têm que decidir escolher o que elas querem. Não tem que ter tirania em nenhuma direção. Tem que haver bom senso. O que se relaciona ao que aconteceu comigo (abuso sexual na infância) é um padrão totalmente anômalo, que não quero para os meus netos. Foi um acontecimento totalmente inusitado. Não é normal, é estranho, poderia ter gerado um produto muito esquisito. Graças a Deus não produziu um tarado, um maluco, um fixado nisso. Poderia ter acontecido. Não é uma recomendação [expor crianças ao sexo precocemente]. Se for tirânico, produzirá gente sexualmente culpada, neurótica e angustiadamente ‘sexualizada’ pela espera. O efeito, às vezes, é contrário”.
Assista, no vídeo abaixo, a íntegra da entrevista de Caio Fábio ao Luciana By Night: