A visita do presidente Donald Trump à “igreja dos presidentes”, um templo episcopal construído em frente à Casa Branca, após os protestos que incendiaram parte do edifício no último domingo, 31 de maio, incomodou alguns líderes cristãos dos Estados Unidos.
Trump foi ao templo segurando um exemplar da Bíblia Sagrada, em resposta ao vandalismo praticado contra o edifício, e a episcopisa da diocese responsável pela Igreja Episcopal St. John criticou o gesto do presidente.
“Foi traumático e profundamente ofensivo no sentido de que algo sagrado foi mal utilizado para um gesto político”, disse Mariann Budde, episcopisa da diocese de Washington. “[O presidente usou] “o poder simbólico do nosso texto sagrado, segurando-o na mão como se fosse uma reivindicação de suas posições e sua autoridade”, acrescentou ela.
De acordo com informações do portal G1, outros líderes da Igreja Episcopal dos Estados Unidos disseram que a visita de Trump foi “um evento embaraçoso e moralmente repugnante”.
“Simplesmente pelo fato de segurar uma Bíblia fechada, ele acreditou que ganharia o apoio dos cristãos”, criticaram os bispos da Nova Inglaterra, uma região na costa leste dos Estados Unidos, em um comunicado.
A Igreja Episcopal dos Estados Unidos integra um grupo de denominações com viés progressista, normalmente mais afeitos ao Partido Democrata, o que explica parte da reação contra o presidente. Analistas políticos avaliam que há uma tentativa de seus opositores de associa-lo ao crime cometido contra George Floyd.
Em uma entrevista à CNN, a episcopisa evidenciou seu posicionamento político ao superdimensionar o gesto da visita do presidente ao templo vandalizado: “Só quero que o mundo saiba que nós, na diocese de Washington, nos distanciamos da linguagem incendiária deste presidente”, declarou Mariann Budde.