O judeu Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, afirmou no começo deste ano que deixou para trás sua fase de incredulidade e ateísmo, e durante uma viagem de negócios ao estado norte-americano do Texas, encontrou-se com líderes evangélicos locais para aprender sobre o papel da igreja na sociedade.
A rede social criada por Zuckerberg tornou-se global e, em muitos países – como o Brasil –, é o principal meio de acesso a informações. Com tanto poder em mãos, a empresa já enfrentou acusações de parcialidade na promoção de conteúdos, prejudicando publicações de teor religioso e/ou conservador.
No final de 2016, Zuckerberg usou seu perfil na rede social para desejar um “feliz Natal e Hanukkah” aos seus seguidores, e foi questionado se não era mais ateu. “Não. Eu fui criado como judeu e passei por um período onde questionei as coisas, mas agora eu creio que a religião é muito importante”, respondeu.
Segundo informações do Wacotrib, o criador do Facebook comentou o encontro com os pastores em sua página: “Todos os anos, eu assumo um desafio pessoal de aprender coisas novas e crescer para fazer melhor o meu trabalho. Minha esperança com este desafio é sair da rotina para falar com mais pessoas sobre como elas estão vivendo, trabalhando, e no que pensam para o futuro”, disse.
A reunião com os pastores aconteceu em uma cafeteria na cidade de Waco, e o bilionário mais ouviu do que falou, de acordo com os presentes. Uma de suas dúvidas era como é a dinâmica das igrejas para ser relevante na comunidade.
Aaron Zimmerman, um pastor episcopal que participou da reunião, explicou ao empresário que na maioria das igrejas há um encontro de toda a comunidade para cultuar e um empenho em atrair pessoas para Deus, além de espaços menores, onde são promovidos encontros para que as pessoas se relacionem com mais profundidade entre si.
“Fiquei impressionado como alguém que poderia ter entrado na sala como se fosse dono do mundo, mas foi com sua marca registrada: moletom e calça jeans”, disse Zimmerman, frisando que ele e seus colegas “falaram 90% do tempo” e Zuckerberg demonstrou interesse. “Isso me impressionou muito”.
O pastor da Primeira Igreja Batista de West (cidade vizinha a Waco), John Crowder, disse que também foi surpreendido: “Eu pensei que ele iria fazer um discurso promovendo uma instituição de caridade ou alguma inovação tecnológica, mas ele queria nos ouvir”, disse, ressaltando que Zuckerberg perguntou bastante sobre como as igrejas ajudaram a cidade após a explosão de uma fábrica de fertilizantes em 2013, algo que teve grande impacto na pequena cidade.
“Nós contamos a ele que logo após a explosão, as pessoas da cidade simplesmente entravam na igreja pedindo ajuda. Eles sabiam que naquele lugar teriam apoio e este é o papel que a igreja desempenha, pelo menos em nossa pequena cidade”, ressaltou.
“Ele estava interessado em quanto a igreja se dedica ao que ele chamou de ‘religião’ e o quanto ela se concentra no que chamou de ‘serviço comunitário’“, comentou Crowder. “Essa realmente não é uma pergunta ruim para que as próprias igrejas se perguntem de vez em quando”, ponderou.
Após deixar a reunião, Zuckerberg relatou seu ponto de vista do encontro. “Nós podemos vir de diferentes caminhadas de vida, mas todos queremos encontrar propósito e autenticidade em algo maior do que nós mesmos. Obrigado a todos que compartilharam suas histórias comigo nos últimos dias. Vou me lembrar dessa experiência por muito tempo”, concluiu.