As negociações para libertação do pastor Saeed Abedini não puderam ser inclusas no tratado nuclear que o Irã assinou com os Estados Unidos e outros países considerados estratégicos no tema, mas a esposa dele, Naghmeh, disse que compreende a situação, embora acredite que a questão envolvendo seu marido tenha se tornado mais difícil.
“Faz sentido”, afirmou a esposa do pastor. Segundo ela, a questão nuclear – um tema de interesse global – exigiu uma mobilização maciça do governo, e envolvia questões de segurança.
“É algo que eles têm esclarecido a mim e outras famílias, desde o início, que ele não seria parte do acordo. Eles disseram isso. Cada vez que fui chamada ao Departamento de Estado e à Casa Branca tem sido assim”, disse Naghmeh Abedini à CNN.
Ela foi procurada pela imprensa norte-americana por causa de uma promessa do presidente do país, Barack Obama, de que tentaria incluir a libertação de Saeed Abedini entre os tópicos do acordo nuclear.
Quando o acordo foi anunciado, Obama foi questionado pelos repórteres se a libertação do pastor estava garantida, e o presidente, afirmou que não havia sido possível incluir esse assunto na pauta, mas que os esforços pela soltura de Abedini ainda estavam sendo realizados.
“Ninguém está contente. Nossos diplomatas e nossas equipes estão trabalhando diligentemente para tentar tirá-los de lá”, disse Obama em uma coletiva de imprensa. Agora, se a questão é ‘por que nós não seguramos as negociações por causa das libertações’, vamos pensar na lógica da situação. De repente o Irã percebe: ‘Quer saber? Talvez podemos obter concessões adicionais dos americanos, mantendo esses indivíduos'”, explicou o presidente.
“A propósito, se tivéssemos deixado o acordo nuclear, nós ainda estaríamos na difícil tentativa de libertar essas pessoas”, acrescentou Obama. “É por isso que essas questões não estão conectadas, mas estamos trabalhando todos
os dias para tentar libertá-los e não vamos parar até que eles voltem para suas famílias”, disse, assumindo o compromisso de manter as tratativas diplomáticas com os iranianos.
A esposa do pastor reafirmou que acredita na dedicação do governo norte-americano em libertar seu marido: “Eu sou uma das famílias com que Obama se encontrou em janeiro deste ano, e vi sinceridade e preocupação quando nos encontramos. Ele se voltou aos meus dois filhos e disse que iria tentar fazer de tudo para trazer Saeed e outros americanos […] Acho que o acordo nuclear tornou mais difícil. Nunca pedi para Saeed ser parte do negócio, mas eu esperava que, nos bastidores, sua libertação fosse garantida pela influência que ainda temos com o governo do Irã”, declarou Naghmeh.