O balanço das eleições deste ano sob o ponto de vista evangélico é de que os fiéis não se apegaram tanto à questão religiosa na hora de escolher o voto, contribuindo assim para a tese de que a fé não decide uma eleição.
Um levantamento realizado pelo jornal Valor apontou que nos 60 municípios com maior número de fiéis pentecostais no Brasil, a votação no primeiro turno foi muito semelhante aos votos apurados no restante do país.
Na lista de municípios com maior presença de evangélicos pentecostais, Dilma Rousseff (PT) teve 46,6% dos votos, um pouco acima da média recebida pela presidente quando considerado todo o país.
Já seus opositores, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), tiveram, respectivamente, 29,8% e 21,7%. No caso do tucano, aproximadamente 4 pontos percentuais a menos do que recebeu das urnas como um todo.
“Entre a religião e o bolso, o bolso falou mais alto na hora do voto”, disse o cientista político César Romero Jacob, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Para Jacob, os fiéis optaram por garantir que os programas sociais continuem como estão e se dividiram no voto aos evangélicos Marina Silva e pastor Everaldo Pereira (PSC).
Bancada mais magra
A mesma constatação serve para avaliar o encolhimento da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que sairá da casa dos 70 deputados, para um número inferior.
No levantamento feito pelo Gospel+ a partir dos dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a bancada será composta por 57 deputados. No entanto, outros portais de notícias cristãs apontam para 63 integrantes, o que ainda assim, formaria um número inferior ao atual.
Há, porém, a possibilidade de crescimento desta bancada durante a próxima legislatura. Essa hipótese foi levantada pelo analista político Antônio Augusto Queiroz em entrevista ao DCI: “A bancada evangélica vai ficar um pouquinho maior, mas com uma diferença: nomes de maior peso dentro das igrejas para melhor coordenar e articular os interesses desse segmento junto ao Congresso Nacional”, aposta.