Um grupo meninas, grande parte delas cristãs, que foram sequestradas há mais de três anos pelo Boko Haram, puderam ser resgatadas após negociações entre o governo e os militantes do grupo extremista muçulmano.
Em 14 de abril de 2014 mais de 200 meninas que estudavam em uma escola na cidade de Chibok, na Nigéria, foram sequestradas pelos soldados do grupo extremista Boko Haram, que é contra – dentre outras coisas – o acesso de mulheres ao estudo. O termo “boko haram” significa “a educação ocidental é pecaminosa”.
Em outubro de 2016, um grupo de 21 meninas já havia sido liberada pelos extremistas, mediante negociações com o governo. Agora, outras 82 foram resgatadas, segundo informações da Missão Portas Abertas e do portal Hello Christian.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, juntamente com o governo suíço e outras organizações não-governamentais (ONGs) internacionais, auxiliaram nas negociações, que contaram também com o envolvimento dos militares nigerianos.
As autoridades da Nigéria admitem que a libertação das meninas se deu através da troca por militantes do Boko Haram que haviam sido capturados pelas forças do governo.
No último domingo, 07 de maio, as 82 meninas chegaram a Abuja, capital da Nigéria, de helicóptero, para serem recepcionadas pelo presidente do país, Muhammadu Buhari, que foi eleito em 2015 com a promessa de combater o Boko Haram.
Os nomes das 82 meninas libertas ainda não foram divulgados oficialmente. Na cerimônia, muitos pais que tiveram filhas sequestradas não sabiam se as veriam, pois o governo optou por manter sigilo até o instante final.
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“Estamos felizes pelas famílias e continuamos com o coração voltado para as demais 114 meninas que permanecem em cativeiro”, afirmou um dos representantes da campanha “Bring Back Our Girls” (“tragam nossas garotas de volta”, em tradução livre).
Uma das entidades missionárias presentes no país, a Portas Abertas mantém o trabalho por lá, mesmo sob intensa perseguição. A Nigéria, que há poucos anos gozava de convivência pacífica entre cristãos e seguidores de Maomé, agora figura na 18ª colocação da lista que enumera os 50 países mais perigosos para um cristão viver.