A cantora Nívea Soares alertou para as distorções pregadas nos púlpitos e que essa mensagem tem transformado os evangélicos em egoístas, despreocupados com o “Ide”, com a divulgação do Palavra que salva.
As afirmações foram feitas após sua participação no workshop “Todos os Povos Te Louvem”, realizado no templo da Igreja Batista da Lagoinha.
Nívea destacou que muitos evangélicos reagem com estranheza quando se fala da obrigação missionária da Igreja: “Momentos como esse são como uma trombeta que é tocada e a gente sente que é como se a igreja brasileira estivesse ouvindo falar pela primeira vez em missões. Existe um estranhamento. E esse estranhamento acontece porque o ‘evangelho’ – o outro evangelho que muitas vezes a gente ouve e com o qual a gente convive no Brasil – tem levado as pessoas para um egoísmo tão grande, pra estarem dentro de si mesmas de uma forma muito grande”, ponderou.
A Igreja de Cristo se habituou, segundo a cantora, a ouvir um evangelho diferente do que foi pregado e vivido por Jesus: “Quando se fala em missões, quando se fala em se importar com o outro, quando se fala em deixar tudo e ir; quando se fala no ‘Ide’, existe um estranhamento. Porque a gente está muito acostumado a ouvir um outro evangelho. Um ‘evangelho’ diferente do que Jesus pregou. Porque o Evangelho da cruz nos leva pra fora. O Evangelho da igreja de Cristo nos chama de ‘aqueles que são chamados para fora’, e essa precisa voltar a ser a nossa realidade”, criticou.
Contextualizando a necessidade de pregar o Evangelho, Nívea fez uma referência ao atual comportamento da sociedade brasileira, que pouco a pouco tem se tornado intolerante à mensagem bíblica: “O Brasil está se tornando extremamente desconfortável e se nós não atendermos a esse chamado por obediência, nós podemos ter que atendê-lo por necessidade. O Senhor disse: ‘O grande mover que eu estou derramando no Brasil, o grande movimento de adoração que tem vindo, tem uma razão, para que vocês vão para as nações’ […] Eu creio que passou do tempo de nós obedecermos”, pontuou.
Por fim, Nívea reconheceu que foram cometidos alguns equívocos durante o ápice do movimento de adoração que se fez presente no meio evangélico, com letras que não transmitiam a essência do Evangelho.
“Eu creio que não se faz música sem o embasamento da Palavra, sem a ajuda dos mestres. O que aconteceu anos atrás é que se estabeleceu os músicos, e se deixou os mestres para trás. Eu creio que precisa andar junto, a liderança precisa andar junto com o liderado e vice-versa. Precisa haver uma cumplicidade, um entendimento de que a gente não faz nada sozinho e de que nós, apenas juntos, funcionamos da forma que é pra gente funcionar, no reino de Deus”, opinou.
Para Nívea, muitos artistas ainda não compreenderam que, no corpo de Cristo, mesmo que os diferentes membros tenham funções distintas, todos têm a mesma importância: “É preciso que haja esse entendimento na cabeça dos músicos, de que nós não somos seres especiais, absolutamente necessários. Nós somos Igreja, nós somos pedras vivas plantadas sobre a pedra fundamental e juntos nós formamos a Igreja. Juntos, nós somos o organismo vivo que é a Igreja do Senhor Jesus”.
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