No próximo dia 31, a Assembléia Legislativa vai realizar uma sessão especial para comemorar os 100 anos das Assembléias de Deus no Brasil. Faltando pouco mais de um ano e dois meses para completar o século de história, o deputado Sebastião Rezende (PR) considera o centenário um marco e convida todos os pastores e os povos de suas respectivas igrejas para o evento.
“Ao pesquisarmos na história, é triste a constatação de que nenhum movimento espiritual tenha durado mais de cem anos. Todos começaram humildemente – vendo o mundo através dos olhos de Jesus. Depois se tornaram pujantes, mas aos poucos a visão começou a desvanecer. O que era um poderoso movimento passou pelo engessamento, se tornou monumento e, aos poucos, se dissipou”, lamentou Rezende.
Na 312 páginas do seu livro “História das Assembléias de Deus no Brasil”, o escritor Emilio Conde conta como o país foi transformado na maior nação pentecostal do mundo, numa saga comovente entremeada por casos de perseguições, sacrifícios, perseverança e fé.
Segundo historiadores, a origem das Assembléias de Deus no Brasil está no que se convencionou chamar de “fogo do reavivamento”, que varreu o mundo por volta de 1900 – início do século 20 – especialmente na América do Norte. Naquela época, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante, e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase totalmente católico.
História
Tudo começou quando os jovens suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910 para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o “único e suficiente Salvador da humanidade”.
As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará, Presbiteriana, Anglicana e Metodista ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam acessíveis ao ensino pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos.
O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus.
Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
A Assembléia de Deus
A Assembléia de Deus é uma comunidade que segue os princípios da Reformada Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica.
“Cremos que qualquer pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembléia de Deus se identifica com eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal” (Hebreus 4.14-16; 6.20; Efésios 2.18).
A Assembléia de Deus é uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia doutrinária. Ela tem a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande Comissão.
“Cem anos não são cem dias. Contamos com tempos trabalhosos, de perseguição e de incompreensão contra a nossa fé. Hoje, po¬demos colher os frutos de um evangelismo pacífico e respeitoso em nossa nação. Há décadas, as Assembléias de Deus têm feito a diferença em uma sociedade que diariamente perde os referenciais de ética, integridade, vida espiritual e moral. Deus nos chamou para ser sal e luz, e temos obedecido este chamado com poder e autoridade”, concluiu Sebastião Rezende.
A solenidade a ser realizada pela Assembléia Legislativa vai acontecer no Plenário Renê Barbour e tem início previsto para as 14 horas.
Fonte: JD