O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a causar polêmica ao afirmar que Alá, Jesus Cristo e Iemanjá são “um único Deus”.
O discurso, dirigido a diversas lideranças nacionais, incluindo religiosas, aconteceu na última terça-feira, 09 de fevereiro de 2016, durante as comemorações da “Revolução Bolivariana”, um programa partidário de governo baseado no pensamento socialista iniciado em 1999 pelo então presidente Hugo Chávez, já falecido.
Maduro dizia que acredita na liberdade e diversidade religiosa, e como é comum nos políticos venezuelanos que aderiram ao pensamento chavista, tentava vender a ideia de que o país possui alguma espécie de favor divino especial. Uma clara tentativa de disfarçar a grave crise econômica da Venezuela.
“Eu acredito em todos vocês, porque por trás da Venezuela há um poder, o poder do nosso deus, o criador… uns vãos orar a Alá, outros a Jesus Cristo, ou ainda tocar tambor para Iemanjá”, disse ele, acrescentando que todos esses são “um único deus”, segundo informações do Maduradas.
Confira:
Misticismo e política
Nicolás Maduro tem como hábito fazer declarações absurdas, carregadas de misticismo, para justificar suas ações. No ano passado, disse que foi visitado por Jesus Cristo. Dois anos antes, havia afirmado que seu antecessor havia sido “uma espécie de novo Jesus”, com a missão de “proteger aqueles que não tinham nada”, e com seu governo, “Cristo fez-se carne, fez-se nervo, fez-se verdade em Chávez”, asseverou Maduro.
Uma das apostas mais marcantes nesse tipo de discurso do presidente venezuelano foi uma tentativa de criar uma nova oração do “Pai Nosso” aos filiados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV): “Chávez nosso que estás no céu, na terra, no mar e em nós, os delegados”, ensinou Maduro, trocando o início da oração. Ao final, a prece terminava pedindo que a divindade não deixasse que eles caíssem “na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da oligarquia. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e séculos. Amém e viva Chávez”.