Os atos de vandalismo contra igrejas na Alemanha vêm se tornando um sintoma da intolerância religiosa que se espalha pelo país contra a pregação da interpretação conservadora da Bíblia Sagrada. Um dos templos mais conhecidos do país foi vandalizado na véspera do dia da mulher.
A Igreja de São Martini em Bremen foi coberta por tinta de diversas cores no final de semana dos dias 06 e 07 de março. Os vândalos também invadiram o interior do templo e roubaram os extintores, conforme revelou a investigação conduzida pela Polícia da cidade.
De acordo com informações do portal Evangelical Focus, a Igreja Protestante de São Martini é bem conhecida na Alemanha porque segue uma teologia evangélica conservadora, sem margens para o liberalismo ou para a chamada “teologia inclusiva”.
Essa igreja esteve no noticiário ano passado quando, em novembro, o pastor principal foi condenado a pagar uma multa de € 8.100 por fazer afirmações durante um sermão que foram consideradas discurso de ódio contra homossexuais.
Latzel teria, segundo a Justiça, feito uso de termos insultuosos para se referir à comunidade LGBT durante um seminário sobre casamento. O pastor disse que a ideologia da militância é “demoníaca”, e por isso foi condenado.
O pastor apresentou recurso à condenação, mas a Igreja Protestante Alemã de Bremen, à qual pertence a congregação St. Martini, suspendeu provisoriamente o ministério do pastor Latzel sob o argumento de que a condenação era um mau testemunho para a sociedade.
Agora que o templo foi vandalizado, a denominação condenou o ataque contra a igreja de St. Martini, dizendo: “Em uma democracia, essas não são formas legítimas de expressar opiniões” .
Esta não é a primeira vez que a Igreja de São Martini é alvo de radicais. Em abril de 2020, um grupo grafitou mensagens de intolerância religiosa e cartazes da ideologia de esquerda nos vitrais da porta e da janela da igreja. Em outras ocasiões, o site da igreja foi alvo de ataque hacker.
Em janeiro de 2020, uma igreja pentecostal na cidade de Tübingen, no sudoeste da Alemanha, foi alvo de uma expressão de ódio de um grupo feminista, que pichou o templo e incendiou um veículo da congregação.