A polarização da disputa durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2014 levou muitos líderes evangélicos a se posicionarem a favor do voto em Aécio Neves (PSDB-MG), que representava uma saída oposta ao projeto de governo do Partido dos Trabalhadores e a então presidente Dilma Rousseff.
Um desses líderes foi o pastor e cantor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha (IBL), que veio a público pedir o voto no candidato tucano, seu conterrâneo. Agora, com a revelação de mais um escândalo envolvendo o nome do senador mineiro, André Valadão veio a público desabar.
“Confiar em quem? Acreditar em quem? Creio que estamos vivendo um tempo de limpeza, momentos desagradáveis e surpresas chocantes”, afirmou Valadão, em uma publicação feita no Instagram.
Mesmo com a República brasileira tendo sido fundada em 1889, portanto há mais de um século, André Valadão disse considerar nossa instituição relativamente jovem, e associou isso aos inúmeros solavancos que a democracia no Brasil, ainda imatura, sofreu ao longo do século passado.
“Vamos crescer, sarar, aprender e melhorar. É tempo de nos unir e declarar que pela graça de Deus sairemos desse lamaçal amadurecidos, experimentados e mais politizados”, acrescentou o cantor e pastor.
“Nossa guerra é interna, política, guerra idealista e pelo que vemos, cada vez mais claramente, somos nós mesmos que votamos em quem tem nos roubado e ferido. Mas mesmo assim, que haja em nós a fé, a palavra de benção e a certeza que o Brasil depois deste caos será um lugar melhor e verdadeiramente amadurecido para viver”, pontuou.
André Valadão pediu voto, gravou single em apoio a Aécio durante as eleições, ao lado de artistas como Sandra de Sá, Zezé Di Camargo, César Menotti e Fabiano, e outros. No meio evangélico, outros artistas e líderes também se manifestaram à época em favor do candidato tucano, neto do presidente eleito em 1985 Tancredo Neves, morto antes de sua posse.
Nomes como Flordelis, Regis Danese, Magno Malta, pastor Marco Feliciano e Silas Malafaia, dentre outros, apoiaram o Aécio Neves naquela eleição como forma de se opor ao PT, Dilma Rousseff, e suas investidas contra o conservadorismo, uma das bandeiras da maioria cristã do país. Agora, a implicação do tucano em crimes gera perplexidade em quem o apoiou.