A perseguição religiosa ocorre de várias maneiras e a supressão da liberdade de culto é uma delas. Para isso, alguns governos, visando implementar um estado de repressão, criam medidas judiciais para que, amparados na lei, possam restringir o surgimento ou crescimento de algumas religiões. O cristianismo é a religião mais agredida nesse sentido.
Na Angola, por exemplo, um país localizado na Costa Ocidental da África, criou recentemente um decreto de lei para, supostamente, regulamentar o funcionamento das igrejas no país, dando o prazo de 30 dias para que às instituições consideradas “clandestinas” possam se adequar.
Um dos pastores locais que não teve o nome revelado, gravou um vídeo explicando sua preocupação com a intenção do Governo angolano, dizendo que a exigência de adequação à novas regras é, na verdade, uma forma de censura ao cristianismo.
“Eu como cidadão, para exercer o meu direito de liberdade religiosa, de culto, de crença, preciso ser submetido a essas regras. Então venho aqui manifestar o meu repúdio em nome da Igreja de Cristo em Angola, porque a partir de novembro, possivelmente os nossos templos, se Deus não tiver misericórdia de nós, estarão fechados”, disse ele na gravação.
Mais de 2 mil igrejas fechadas
Como alertado pelo pastor, o Governo de Angola realmente já fechou mais de 2 mil igrejas, segundo informações da organização Portas Abertas, que monitora a perseguição religiosa também nesse país.
“Há preocupações em Angola quanto à aprovação de uma nova lei que regulamenta a liberdade religiosa. Mais de 2 mil igrejas já foram fechadas e mais de mil igrejas irregulares ainda poderão ser fechadas no mês de novembro”, diz o comunicado.
Com a criação da medida, segundo o diretor para assuntos religiosos, Francisco de Castro Maria, o Governo fez com que automaticamente milhares de igrejas se tornassem clandestinas. “O número de igrejas ilegais no país chegou a 4 mil. Todas as igrejas ilegais têm até o próximo mês para mudar seus status”, disse ele.