A controvérsia entre os pastores rebeldes e a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola resultou numa mobilização na tentativa de reaver um dos templos tomados, e o episódio terminou com uma intervenção da Polícia e uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) do país africano.
O superintendente da Polícia, Lázaro Conceição, concedeu uma entrevista à emissora estatal TPA afirmando que algumas pessoas envolvidas na confusão foram presas e levadas à delegacia para prestarem depoimento e depois foram liberadas.
Segundo Lázaro, a Polícia foi chamada na última quarta-feira, 24 de junho, a intervir no templo do Morro Bento, um bairro da capital Luanda, “para manter a ordem e a tranquilidade públicas, às quatro da manhã”, tendo sido identificadas no local cinco pessoas, quatro de nacionalidade angolana e uma estrangeira.
De acordo com o portal português Observador, o superintendente acrescentou que as pessoas detidas foram levadas à 21ª delegacia, onde “foram submetidos a uma entrevista policial” e posteriormente liberadas.
Ao contrário do superintendente da Polícia, o porta-voz do movimento rebelde não fez uso de eufemismos para explicar o que houve em mais um episódio da disputa entre os pastores angolanos e a Igreja Universal, dizendo que um grupo de pastores brasileiros tentou recuperar o templo que tinha sido tomado por angolanos e que houve resistência.
Na entrevista à Televisão Pública de Angola, Gime Inácio, porta-voz do grupo dissidente, afirmou que os templos do Morro Bento e do Patriota foram invadidos por homens armados e que a polícia efetuou alguns disparos para controlar o tumulto.
Por sua vez, o superintendente Lázaro Conceição negou o uso de armas de fogo na situação.
Diante de tantas idas e vindas, as críticas se direcionaram ao Ministério Público angolano, que precisou vir a público para esclarecer que “está a trabalhar” no processo-crime que envolve pastores angolanos e brasileiros da Universal.
O procurador-geral de Angola, Hélder Pitta Grós, concedeu entrevista para esclarecer ao público em que pé está a situação: “Há um processo-crime que corre a sua tramitação no Serviço de Investigação Criminal (SIC) e estamos a trabalhar no processo”, disse, acrescentando que os advogados da IURD apresentaram uma outra queixa-crime, essa relacionada à tomada dos templos.
“Aconteceu agora há dias esta situação, a polícia teve a sua intervenção e os advogados da IURD também apresentaram uma outra queixa-crime e estamos a trabalhar”, explicou, negando que a PGR esteja se omitindo: “Há um processo que estava em curso de uma situação anterior”, reiterou.
Enquanto isso, a Igreja Universal em Angola comunicou, através de sua página no Facebook, que os templos que ainda não foram expropriados pelos rebeldesvão continuar fechados em todo o país, já que não há garantia de segurança para pastores, obreiros e fiéis.