Uma das doenças mais marcantes da época de Jesus Cristo foi a lepra. Já naquele contexto, os leprosos eram isolados da sociedade. Eles eram considerados “impuros” e não tinham contato com seus familiares, sendo alvos de exclusão, preconceito, violência moral e física. Jesus curou alguns leprosos, mostrando que Deus poderia solucionar algo que na época não tinha cura.
Atualmente a “lepra” é conhecida como hanseníase, uma doença provocada por um micróbio contagioso, mas que felizmente a medicina moderna já descobriu a cura. Ainda assim, há muito preconceito sobre a doença, fazendo com que algumas pessoas sofram exclusão por isso, inclusive a religiosa.
Sabendo disso, o pastor Felipe Abreu falou um pouco da sua experiência em uma velha colônia de leprosos no Brasil, considerada a maior da América Latina. Ele teve dois parentes que viviam no local, onde teve a oportunidade de conhecer a região durante suas visitas quando criança. Se trata da “Colônia de Santa Izabel”.
“A colônia de Santa Izabel é um antigo leprosário que fica na região metropolitana de Belo Horizonte, na cidade de Betim. A colônia foi criada em 1929, onde as pessoas com hanseníase eram internadas compulsoriamente. Hoje, a colônia é chamada de Citrolândia. Na época, vinham pessoas do Brasil inteiro para serem internadas. Elas eram afastadas de seus familiares”, explicou o pastor.
Pessoas de vários segmentos religiosos eram isoladas na colônia, muitas delas presbiterianos, batistas e assembleianos, além de católicos. Por ser administrada pela Igreja Católica, não era permitido o culto protestante. Só em 1939 surgiu a primeira Igreja Presbiteriana no local, existente até hoje.
“Eu morei dentro da colônia, tive dois tios internados. Morei por causa do ministério e por causa da família. Eu ia lá quando era criança e entrava escondido. Com o ministério, tive a oportunidade de fazer um trabalho de revitalização, onde me deparei com essa situação”, disse Felipe em uma entrevista para o portal Guiame.
“A igreja também ajudou de forma espiritual, porque numa situação de abandono e isolamento, os internados sabiam que não voltariam mais para casa. Chegava morrer cinco pessoas por dia, eram como zumbis, pessoas mutiladas com feridas abertas, mosquitos, fedor. Já chegou a ter mais de 10 mil internados. Foi uma das maiores colônias da América Latina”, explicou.