Uma demonstração explícita de antissemitismo foi dada pelo judoca argelino Fethi Nourine nesta sexta-feira, 23 de julho, ao anunciar sua desistência das Olimpíadas de Tóquio por causa da possibilidade de enfrentar um atleta israelense.
Nourine, que já havia tomado uma decisão semelhante anos atrás, decidiu abandonar os jogos após o sorteio das chaves indicar um possível confronto contra o israelense Tohar Butbul, pela segunda fase da categoria até 73kg, caso ambos avançassem.
Amar Ben Yekhlef, técnico de Nourine, confirmou que ajudou o judoca a tomar a decisão, porque a Argélia – país árabe no norte da África formado por maioria muçulmana – se recusa a estabelecer relações diplomáticas com Israel, um Estado judeu.
“Nós não tivemos sorte com o sorteio. O judoca Fethi Nourine caiu frente a um adversário israelense e esse é o motivo de sua desistência da competição. Tomamos a decisão certa”, declarou o técnico, de acordo com informações do GE.
Em 2019, Nourine já havia abdicado da participação em uma competição para evitar o confronto com Tohar Butbul: ele abandonou o campeonato mundial de judô ao saber que enfrentaria o israelense.
Outro caso de antissemitismo envolvendo árabes ocorreu nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. O judoca egípcio Islam El Shehaby se recusou a cumprimentar o israelense Or Sasson após um combate.
O judoca argelino que abriu mão das Olimpíadas em Tóquio terminou por beneficiar seu adversário na primeira fase, o sudanês Mohamed Abdalarasool, que se classificou automaticamente para o confronto contra o israelense Tohar Butbul.
A segunda fase da categoria de até 73 kg ocorre entre os dias 25 e 26 de julho, e conta com o brasileiro Eduardo Barbosa entre os participantes.